Como melhorar a eficiência energética da nossa casa? E quanto pode custar?

Especialistas admitem que poderá ser necessário investir cerca de 8500 euros para uma casa passar de classe D para B- (e 17 mil para passar de F para A+).

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"Isolar é fácil e pode não ser muito dispendioso se usarmos materiais derivados do petróleo, mas essa solução é totalmente insustentável", avisa Aline Guerreiro, do Portal da Construção Sustentável Nuno Ferreira Santos

Que tipo de intervenções deve considerar quem tenciona melhorar a eficiência energética da sua casa? Lançámos esta questão a duas especialistas. Cláudia Sousa Monteiro, colaboradora da Agência para a Energia que integra o grupo de coordenação da Estratégia de Longo Prazo para a Renovação dos Edifícios, começa pelas dicas mais comuns: uma aposta “no isolamento térmico das paredes e coberturas, na instalação de janelas eficientes e na colocação de dispositivos de sombreamento, de modo a evitar ganhos solares excessivos no Verão”, permite não só “aumentar significativamente o conforto térmico das nossas casas”, mas também reduzir o consumo da energia que, de outra forma, teria de ser gasta em climatização.

Falando sobre isolamento térmico, Aline Guerreiro, do Portal da Construção Sustentável, faz a seguinte advertência: “Isolar é fácil e pode não ser muito dispendioso se usarmos materiais derivados do petróleo, mas essa solução é totalmente insustentável.” A arquitecta recomenda a preferência pela cortiça e por lãs minerais. E faz um alerta similar quando fala de janelas eficientes. “Há janelas que são construídas com PVC, mais um material de origem petrolífera”, sublinha, destacando “janelas de alumínio com corte térmico ou janelas em fibra de vidro”.

Quão caro pode ser o apetrechamento de uma casa com vista à melhoria da sua eficiência energética? Cláudia Sousa Monteiro diz que a resposta “depende sempre do tipo de edifício” de que se fala. “É óbvio que, num edifício com um pior desempenho energético, é necessário um investimento superior para se atingirem níveis de eficiência energética razoáveis”, refere.

O que quer dizer “um investimento superior” em termos numéricos? A doutorada em Sistemas Sustentáveis de Energia parte daqueles que são “os custos estimados de investimento no nosso Sistema de Certificação Energética dos Edifícios” para dizer que, em média, seria preciso gastar-se “cerca de 17 mil euros (valores sem IVA)” para um edifício “passar de classe F” (a classe de desempenho energético mais baixa) “para classe A+” (a mais alta). “Se observarmos que a classe predominante no nosso parque habitacional é a D, seriam necessários cerca de 14 mil euros para se atingir a classe mais alta — e cerca de 8500 euros para se atingir a B- (um patamar razoável em termos de eficiência energética)”, esclarece.