Covid-19 em Portugal: número de casos aumenta 58% na última semana
Boletim epidemiológico semanal dá conta de 157.502 casos identificados de 10 a 16 de Maio, mais 57.959 que na semana anterior. Mortes aumentam 33%. Metade dos testes realizados tiveram resultado positivo.
Portugal registou 157.502 casos de infecção pelo coronavírus SARS-CoV-2 e 191 mortes por covid-19 na última semana, de acordo com o relatório semanal divulgado esta sexta-feira pela Direcção-Geral da Saúde (DGS).
Os números denotam o agravamento da situação epidemiológica no país, em particular no que diz respeito ao número de infecções: em relação à semana anterior, foram identificados mais 57.959, um aumento de 58%. Nas mortes, a subida foi de 33% (mais 47 óbitos que no período anterior).
Segundo o boletim epidemiológico semanal da DGS, que reporta apenas dados até esta segunda-feira, verificaram-se também subidas nos internamentos – um aumento de 20% no total de infectados hospitalizados, de 1207 para 1450 a 16 de Maio, e um crescimento de 42% nos doentes covid-19 em unidades de cuidados intensivos, de 59 para 84.
De acordo com os dados, foram detectados em média 22.500 casos de infecção pelo SARS-CoV-2 entre 10 e 16 de Maio. Em relação à mortalidade, a média diária ronda os 27 óbitos.
O índice de transmissibilidade – o R(t) – também continua a aumentar, acentuando ainda mais o crescimento do número de infecções. A actualização mais recente dá conta de um R(t) a nível nacional de 1,23. Na semana passada, estava em 1,13. Já a incidência subiu para 1529 casos por 100 mil habitantes a 14 dias.
Os dados do relatório corroboram as declarações da ministra da Saúde, Marta Temido, e da directora-geral da Saúde, Graça Freitas. As responsáveis referiram esta semana que, de acordo com as estimativas do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (Insa), o país pode chegar dentro de duas semanas aos 60 mil casos diários.
Região Norte responsável por 40% dos casos e quase metade dos doentes em UCI
A região Norte é a que apresenta um crescimento mais acentuado, com mais 27.553 casos identificados que na semana anterior, para um total de 63.487. É também nesta região que se verifica o maior aumento de internamentos, com mais 131 pessoas hospitalizadas (total de 588) e mais 18 em unidades de cuidados intensivos (total de 40).
Por outro lado, o número de óbitos registados na última semana na região Norte caiu em relação à anterior, com 50 (menos cinco). Neste indicador, a região de Lisboa e Vale do Tejo é a que apresenta maior registo, com 57 mortes reportadas, um aumento de 104% – na semana anterior, tinham sido 28.
Relativamente à distribuição etária a nível nacional, 146 das 191 mortes foram de pessoas com mais de 80 anos, tendo ainda sido reportadas 33 óbitos de pessoas entre os 70 e os 79 anos, oito no grupo etário dos 60 aos 69, um entre os 50 e os 59 anos e ainda três na faixa etária dos 40 aos 49 anos.
Metade dos testes teve resultado positivo. Vacinas perdem efectividade contra hospitalizações nos maiores de 80
O relatório semanal de monitorização da situação epidemiológica da DGS e do Insa, também publicado esta sexta-feira, indica que a percentagem de testes positivos entre 10 e 16 de Maio foi de 50,4%, apresentando tendência crescente ao mesmo tempo que também aumentou o número de testes realizados, de cerca de 265 mil para 355.044.
As entidades sublinham no documento a verificação de uma “tendência crescente” nos vários indicadores epidemiológicos e recomendam “fortemente o reforço das medidas de protecção individual e a vacinação de reforço”.
No documento é também referido que os estudos nacionais de efectividade nas vacinas contra a covid-19 mostram uma “moderada efectividade” contra hospitalizações da primeira dose de reforço nas pessoas com mais de 80 ano, com menos de 60%. Ainda assim, mantêm uma efectividade de 79% contra morte por covid-19.
Por outro lado, no grupo dos 65 aos 79 anos, a análise do período de Fevereiro a Março deste ano “sugerem efectividade elevada da dose de reforço”, quer contra a covid-19, quer em relação à mortalidade associada.