Fernando Pessoa: o homem que decidiu ser um génio
Diz-se que Pessoa não teve vida fora da obra, mas Richard Zenith precisou de uma dúzia de anos e de 1200 páginas para escrever a sua biografia, agora lançada em português pela Quetzal, depois de a edição original em língua inglesa ter chegado à final do prémio Pulitzer. Sai-se deste livro, escrito numa prosa cativante e precisa, com a noção exacta de tudo quanto não sabíamos sobre o escritor central da literatura portuguesa do século XX.
Quando recebeu o Prémio Pessoa, em 2012, Richard Zenith já estava a trabalhar nesta biografia, cuja edição portuguesa foi apresentada esta quinta-feira na Gulbenkian. Lançada em Julho de 2021 no mundo de língua inglesa e recebida pela imprensa norte-americana e britânica com críticas poucos menos do que estratosféricas, esta obra monumental chega agora, com a ajuda dos tradutores Salvato e Vasco Teles de Menezes, à língua e à cultura portuguesas, que ao longo de mais de 70 anos – desde que João Gaspar Simões publicou, em 1950, a sua pioneira Vida e Obra de Fernando Pessoa – não se mostrou capaz de produzir uma biografia actualizada do seu mais importante escritor moderno. Uma lacuna genuinamente enigmática e que as anteriores biografias do espanhol Ángel Crespo e do francês Robert Bréchon não tinham verdadeiramente conseguido colmatar.
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