Futuro de centenas de soldados ucranianos é incerto após fim da resistência da Azovstal
O vice-ministro da Defesa da Ucrânia disse que os soldados ucranianos seriam trocados por prisioneiros de guerra russos, mas algumas autoridades russas revelaram que os combatentes poderão vir a ser julgados ou até executados.
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O futuro de centenas de soldados ucranianos que, durante várias semanas, ofereceram resistência às forças russas na fábrica de siderurgia Azovstal, em Mariupol, permanece incerto, depois de os últimos combatentes se terem rendido e sido transferidos para território controlado pela Rússia.
O vice-ministro da Defesa da Ucrânia disse que os soldados ucranianos seriam trocados por prisioneiros de guerra russos, mas algumas autoridades russas revelaram que os combatentes poderão vir a ser julgados ou até executados.
A Duma Estatal, a câmara baixa do Parlamento russo, está a analisar a hipótese de proibir a troca de soldados do regimento Azov da Ucrânia por militares russos, depois de a Procuradoria-Geral da Rússia ter pedido à Suprema Corte que reconheça o batalhão Azov como uma “organização terrorista”.
Um deputado russo que participa nas negociações de paz com Kiev disse mesmo que a Rússia deveria considerar a pena de morte para o que chamou de combatentes nacionalistas do Batalhão Azov da Ucrânia.
Por sua vez, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que os combatentes ucranianos que se renderam na fábrica siderúrgica Azovstal serão tratados “de acordo com os padrões internacionais”.
Segundo revelou uma testemunha à agência Reuters, pelo menos sete autocarros que transportam soldados ucranianos que se renderam abandonaram, nesta terça-feira, Azovstal escoltados por forças armadas pró-russas.
O Ministério da Defesa russo disse, nesta terça-feira, que os 265 militares ucranianos retidos no complexo siderúrgico de Azovstal, incluindo 51 gravemente feridos, se renderam às forças separatistas pró-Rússia e foram feitos prisioneiros na segunda-feira.
Já a vice-ministra da Defesa ucraniana, Ganna Malyar, tinha anunciado anteriormente que 264 combatentes ucranianos, incluindo 53 feridos, foram retirados da siderúrgica para localidades em território controlado por forças russas e pró-russas no Leste da Ucrânia.