Futuro de centenas de soldados ucranianos é incerto após fim da resistência da Azovstal

O vice-ministro da Defesa da Ucrânia disse que os soldados ucranianos seriam trocados por prisioneiros de guerra russos, mas algumas autoridades russas revelaram que os combatentes poderão vir a ser julgados ou até executados.

Ucrânia cede controlo da Azovstal: "Precisamos dos nossos heróis vivos", diz Zelensky Imagem: Reuters. Edição: Carolina Pescada

O futuro de centenas de soldados ucranianos que, durante várias semanas, ofereceram resistência às forças russas na fábrica de siderurgia Azovstal, em Mariupol, permanece incerto, depois de os últimos combatentes se terem rendido e sido transferidos para território controlado pela Rússia.

O vice-ministro da Defesa da Ucrânia disse que os soldados ucranianos seriam trocados por prisioneiros de guerra russos, mas algumas autoridades russas revelaram que os combatentes poderão vir a ser julgados ou até executados.

A Duma Estatal, a câmara baixa do Parlamento russo, está a analisar a hipótese de proibir a troca de soldados do regimento Azov da Ucrânia por militares russos, depois de a Procuradoria-Geral da Rússia ter pedido à Suprema Corte que reconheça o batalhão Azov como uma “organização terrorista”.

Um deputado russo que participa nas negociações de paz com Kiev disse mesmo que a Rússia deveria considerar a pena de morte para o que chamou de combatentes nacionalistas do Batalhão Azov da Ucrânia.

Um raio de luz entra na penumbra de Azovstal, onde não há água, nem electricidade, nem cuidados de saúde EPA/Batalhão de Azov
A imagem do dia: o complexo a ser atacado por, alegadamente, bombas de fósforo branco Frame de um vídeo via Reuters
Na siderurgia de Azovstal há vários feridos ligeiros, mas também há alguns mortos EPA/Batalhão de Azov
Os soldados resistem enquanto esperam que seja criado mais um corredor humanitário para os retirar EPA/Batalhão de Azov
Quem permanece no complexo industrial ja não vê a luz do dia nem respira ar puro há mais de dois meses EPA/Batalhão de Azov
Todos os soldados, incluindo os feridos, continuam a lutar contra os russos EPA/Batalhão de Azov
Os ferimentos são tratados pelos próprios soldados EPA/Batalhão de Azov
As cirurgias, quando necessárias, são feitas sem anestesia e sem higiene EPA/Batalhão de Azov
Os plásticos que envolvem as paredes tentam prevenir possíveis infecções EPA/Batalhão de Azov
Muitos dos soldados que continuam no grande bunker estão desmembrados EPA/Batalhão de Azov
Quase sem comida, sem medicamentos e sem esperança, assim é a vida no bunker EPA/Batalhão de Azov
Mulheres dos soldados dizem que mesmo os que não têm um dos membros continuam a lutar EPA/Batalhão de Azov
Cenas da vida quotidiana: soldados à mesa e a costurar Serviço de Fronteiras da Ucrânia via REUTERS
Imagem de satélite do complexo industrial de Azovstal Maxar Technologies via Reuters
Uma partida de xadrez entre soldados Serviço de Fronteiras da Ucrânia via Reuters
No bunker também se lêem livros Serviço de Fronteiras da Ucrânia via Reuters
Natalia Zarytska, mulher de um soldado ucraniano do batalhão de Azov encurralado no interior do complexo, pede ajuda a partir de Istambul nesta segunda-feira Reuters/Dilara Senkaya
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Um raio de luz entra na penumbra de Azovstal, onde não há água, nem electricidade, nem cuidados de saúde EPA/Batalhão de Azov

Por sua vez, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que os combatentes ucranianos que se renderam na fábrica siderúrgica Azovstal serão tratados “de acordo com os padrões internacionais”.

Segundo revelou uma testemunha à agência Reuters, pelo menos sete autocarros que transportam soldados ucranianos que se renderam abandonaram, nesta terça-feira, Azovstal escoltados por forças armadas pró-russas.

O Ministério da Defesa russo disse, nesta terça-feira, que os 265 militares ucranianos retidos no complexo siderúrgico de Azovstal, incluindo 51 gravemente feridos, se renderam às forças separatistas pró-Rússia e foram feitos prisioneiros na segunda-feira.

Já a vice-ministra da Defesa ucraniana, Ganna Malyar, tinha anunciado anteriormente que 264 combatentes ucranianos, incluindo 53 feridos, foram retirados da siderúrgica para localidades em território controlado por forças russas e pró-russas no Leste da Ucrânia.

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