Governo britânico confirma três casos de varíola-dos-macacos: “Risco mantém-se muito baixo”

Depois do primeiro caso confirmado a 7 de Maio, a Agência de Segurança Sanitária do Reino Unido confirma dois novos casos de varíola-dos-macacos em Londres. O risco para a população continua a ser muito baixo, avisa a Organização Mundial de Saúde esta segunda-feira.

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Miguel Manso

O Reino Unido tem agora três casos confirmados de varíola-dos-macacos, uma doença viral rara e transmissível. A Agência de Segurança Sanitária do Reino Unido (UKHSA) confirmou este fim-de-semana mais dois casos positivos, depois do primeiro doente ter sido identificado no dia 7 de Maio. Apesar dos três casos positivos, a Organização Mundial de Saúde (OMS) afirma esta segunda-feira que “o risco de transmissão posterior em relação a este caso é mínimo”. A varíola-dos-macacos, apesar de ser semelhante à varíola, é uma doença rara que apresenta sintomas menos graves e menor transmissibilidade.

“O risco global para a população mantém-se muito baixo”, diz Colin Brown, director de Infecções Clínicas e Emergentes da UKHSA, agência do Governo britânico, em sintonia com a OMS. A varíola-dos-macacos é uma infecção viral rara e transmissível – mas que não se dissemina facilmente entre a população. Na maioria dos casos, os doentes apresentam sintomas leves e recuperam em poucas semanas. Apesar do risco muito baixo de transmissão no Reino Unido, a OMS alerta para o desconhecimento da fonte de infecção do primeiro caso confirmado, na Nigéria, que mantém o “risco de transmissão em curso no país”.

De acordo com o britânico Colin Brown, os dois novos casos anunciados este fim-de-semana não estão relacionados com o primeiro caso confirmado. Estes dois casos vivem na mesma habitação, sendo que um deles está a receber tratamento hospitalar. As investigações para determinar a origem destas infecções detectadas mais recentemente estão ainda em curso.

Como surgiu o primeiro caso?

O primeiro caso foi confirmado no dia 7 de Maio, depois de o Reino Unido ter notificado a OMS. O doente viajou da Nigéria para o Reino Unido, depois de ter uma erupção cutânea no final de Abril. Após o regresso, a 4 de Maio, o paciente foi isolado devido à suspeita de ser um caso de varíola-dos-macacos. O primeiro indivíduo tem um histórico de viagens ao estado de Delta, na Nigéria, onde a varíola-dos-macacos é endémica.

Até ao momento, os contactos feitos pelo primeiro caso confirmado não desenvolveram qualquer sintoma. Apesar disso, todas as pessoas contactadas serão acompanhadas ao longo de 21 dias desde a data da última exposição.

Em 2021, também foram identificados dois casos de varíola-dos-macacos nos Estados Unidos da América, importados da Nigéria. Entre Setembro de 2017 e Abril de 2022, foram confirmados 241 casos no país africano, com oito mortos registados. Só este ano, foram confirmados 15 casos.

Nesta infecção, confirmada a 7 de Maio, continua por identificar a fonte de contágio. As autoridades de saúde do Reino Unido isolaram imediatamente o doente infectado e avançaram com o rastreamento dos contactos feitos.

Varíola-dos-macacos: o que é?

A varíola-dos-macacos pode ser transmitida a partir do contacto directo ou da exposição a gotículas. O período de incubação é geralmente de seis a 13 dias, mas tem uma amplitude máxima de 21 dias – daí o acompanhamento dos contactos de risco ao longo deste período.

A maioria das vezes a doença tem sintomas leves e desaparece de forma espontânea entre duas a três semanas após a infecção. Os primeiros sintomas podem incluir febre, dores de cabeça, dores musculares, inchaço dos nódulos linfáticos e cansaço extremo.

Também é comum o desenvolvimento de erupções cutâneas, normalmente na cara, espalhando-se depois para outras partes do corpo. Em muitos aspectos, esta doença é semelhante à varíola humana – erradicada em 1980. No entanto, é menos transmissível e menos mortal. O contacto com animais através da caça e do consumo de carne de caça são os factores de risco mais comuns. A maioria das infecções advém de animais infectados nas regiões de África Central e África Oriental.

O último surto significativo de varíola-dos-macacos foi em 2003, com origem no Gana, e contagiou 47 pessoas nos Estados Unidos. A investigação determinou que a origem do surto se localizou num contentor de importação de animais do Gana para o Texas.

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