Autarcas de Lisboa, Porto e Funchal apontam habitação como prioridade para o futuro das cidades
Mais casas, preços acessíveis, maior envolvimento do sector privado e adaptadas às pessoas que nelas vivem. Os autarcas das três cidades apontam o urbanismo como uma das prioridades para o futuro dos grandes centros urbanos.
Os presidentes das câmaras de Lisboa (Carlos Moedas), Porto (Rui Moreira) e Funchal (Pedro Calado) apontaram nesta quinta-feira a resolução dos problemas do urbanismo, nomeadamente a falta de habitação a preços acessíveis, como uma das prioridades para o futuro nas suas cidades.
Na conferência a “O Passado, o Presente e o Futuro das Cidades”, no âmbito do Salão Imobiliário de Portugal (SIP), que decorre na FIL, no Parque das Nações, em Lisboa, os três autarcas concordaram em muitas das medidas, nomeadamente um maior envolvimento dos privados e a criação de cooperativas. Os três definiram os problemas do urbanismo, nomeadamente a falta de habitação a preços acessíveis, com uma das prioridades a resolver no futuro nas suas cidades.
O presidente da autarquia lisboeta defendeu a necessidade de existir um mercado imobiliário “mais sustentável” e de dar uma “resposta rápida” às pessoas que necessitam de habitação, nomeadamente aos mais carenciados que recorrem aos programas de habitação da câmara.
“Não há uma varinha mágica para os problemas da habitação. Resolvemos alguns problemas – entregamos já 300 casas de renda acessível -, mas temos de construir mais. Tem de haver uma ligação entre o público e o privado e fomentar a criação de cooperativas”, defendeu Moedas.
Já Rui Moreira lembrou que a autarquia do Porto tem cerca de “13% de habitação pública, quando a média nacional é de 3%”, mas também ele defende que se “deve desenvolver mais políticas de habitação pública” e “chamar os privados ao processo”.
Rui Moreira diz que “as pessoas gostam de viver nas cidades porque estas “se transformaram em ecossistemas mais atractivos” e que “é preciso haver capacidade de mudança e aceleração na mudança”.
Para o autarca do Funchal, cidade convidada da presente edição SIP, o grande desafio é ter políticas para a cidade, nomeadamente na habitação, “adaptadas às pessoas” que nela vivem.
Pedro Calado deu como exemplo o facto de cerca de 60% da população que vive na cidade serem “viúvos, solteiros e divorciados”. “Não posso pensar em construir só T4 e T5. Tem de haver habitação que se adapte a pessoas que vivem sozinhas”, defendeu.
O autarca madeirense disse ainda que “não se podem adaptar modelos que resultaram em outras cidades, porque todas são diferentes”. Pedro Calado defendeu ainda a criação de cooperativas de habitação para jovens.