G7 vai fazer uma “demonstração de unidade” um dia antes de a Rússia comemorar o “Dia da Vitória”

Líderes do G7 vai realizar uma reunião por videoconferência com Zelensky, para mostrar o seu apoio à Ucrânia. “Putin esperava estar a marchar pelas ruas de Kiev, mas isso não vai acontecer seguramente”, declararam os EUA depois de aprovarem mais 150 milhões de dólares em ajuda militar.

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Zelensky numa reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU, em Abril Reuters/ANDREW KELLY

Os líderes do G7, grupo que inclui os Estados Unidos, o Reino Unido, a França, a Alemanha, o Japão, o Canadá e a Itália, vão reunir-se no domingo, por videoconferência, com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, numa demonstração de unidade na véspera das celebrações do “Dia da Vitória” na Rússia, que remete ao triunfo sobre os alemães, na II Guerra Mundial.

As discussões vão concentrar-se nos últimos desenvolvimentos da invasão da Ucrânia pela Rússia, nos esforços para fortalecer o país invadido e nas formas de demonstrar “a unidade contínua do G7 na adopção de uma resposta colectiva, inclusivamente na imposição de sanções severas contra a guerra de Vladimir Putin”, referiu um porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca.

Esta reunião acontece um dia depois de Joe Biden ter anunciado outro pacote de assistência militar para a Ucrânia, no valor de 150 milhões de dólares (cerca de 142 milhões de euros), naquela que é a mais recente ajuda prometida pelos Estados Unidos para o “bravo povo da Ucrânia”.

O pacote inclui munições de artilharia, radares de contra-artilharia, utilizados ​para detectar a origem do fogo inimigo, e equipamentos electrónicos de interferência. Para além disto, o Presidente já pediu ao Congresso que autorize um outro enorme pacote de cerca de 30 mil milhões de euros, incluindo 18 mil milhões em ajuda militar, “para fortalecer a Ucrânia quer no campo de batalha quer na mesa de negociações”.

A porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki , revelou que a decisão da marcação do dia desta sessão foi significativo na medida em que será realizada um dia antes de Putin festejar o “Dia da Vitória”. Este feriado, que acontece no dia 9 de Maio, próxima segunda-feira e inclui desfiles militares em toda a Rússia.

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O que significa o 9 de Maio para a Rússia? Como é que Vladimir Putin o tem usado nos últimos anos?

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Psaki lembrou que Putin “esperava estar a marchar pelas ruas de Kiev, isso não vai acontecer seguramente.”

Acordo raro

Na sexta-feira, o Conselho de Segurança da ONU, presidido temporariamente pelos EUA, emitiu a sua primeira declaração sobre a guerra na Ucrânia, sem mencionar, no entanto, os termos “guerra”, “conflito” ou “invasão”, como muitos membros daquele órgão da ONU apelidam a acção militar russa, nem refere a “operação militar especial” como Moscovo gosta de designar a guerra.

Este cuidado especial com as expressões utilizadas resulta do facto de a Rússia, que detém poder de veto no Conselho de Segurança, ter frustrado todas as tentativas anteriores de adoptar uma declaração que exigisse unanimidade ou uma resolução.

Em vez disso, a declaração “expressa uma profunda preocupação com a manutenção da paz e segurança da Ucrânia” e “lembra que todos os Estados-membros assumiram, sob a Carta das Nações Unidas, a obrigação de resolver as suas disputas internacionais por meios pacíficos”.

“O Conselho de Segurança expressa forte apoio aos esforços do secretário-geral na busca de uma solução pacífica”, diz o comunicado, pedindo ainda a Guterres que informe os membros do Conselho “no devido tempo” sobre tais diligências.

Reagindo à declaração, António Guterres declarou num comunicado: “Hoje, pela primeira vez, o Conselho de Segurança falou a uma só voz pela paz na Ucrânia. Como tenho dito muitas vezes, o mundo deve unir-se para silenciar as armas e defender os valores da Carta das Nações Unidas”.

Na próxima semana, Guterres deverá realizar uma visita de dois dias à Moldova para “expressar a sua solidariedade e agradecer a este país o seu apoio firme à paz, bem como a generosidade em acolher quase meio milhão de refugiados ucranianos”, revelou o porta-voz da ONU, Stephane Dujarric.

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