Habitação social de Álvaro Siza em exposição de Jordi Burch
Fotografias de Jordi Burch, dedicadas aos projectos de habitação social do arquitecto Álvaro Siza, irão estar expostas a partir de sábado na Casa das Artes em Famalicão.
No total serão 47 fotografias, da autoria de Jordi Burch, dedicadas aos projectos de habitação social da autoria do arquitecto Álvaro Siza e que irão estar expostas, a partir das 17h de sábado, na Casa das Artes em Famalicão. O arquitecto e o fotógrafo irão estar presentes na inauguração para uma conversa de apresentação da exposição.
A génese de Como está o Início depois do Fim? remonta a 2016, quando Jordi Burch acompanhou Álvaro Siza numa viagem de revisitação aos seus projectos de habitação social: o Bairro da Bouça (Porto), Bonjour Tristesse (Berlim), Schilderswijk West (Haia) e Campo di Marte (Giudecca, Veneza). Ao longo dos anos muitos fotógrafos registaram as obras de Álvaro Siza. Regra geral, centram-se na representação da obra, no espaço, nos volumes, na luz. A demanda de Burch centra-se no tempo e na presença transformadora dos ocupantes.
No início é o lugar e a ideia, que o desenho serve. Segue-se o projecto e a construção. Depois, vêm os ocupantes da obra e uma outra história começa. A forma como a ocupam modela uma nova vida, sobre a qual o arquitecto deixa de ter controlo. E o tempo vai deixando sucessivas marcas. É esta história, muito mais longa e marcante, que Jordi Burch acaba por explorar”, escreve Teresa Siza, irmã de Álvaro Siza, no texto que acompanha a exposição. “Longe da convencional fotografia de arquitectura, Jordi Burch assume uma aposta arriscada que, com segurança, vence, abrindo interrogações, convidando a um esforço de interpretação. E ela deixa no seu trabalho uma forte marca autoral.”
Jordi Burch nasceu em Barcelona em 1979 e passou a viver em Portugal em 1981. Estudou fotografia no Ar.Co - Centro de Arte e Comunicação Visual, em Lisboa, e desde 2008 vive entre São Paulo e Lisboa. Entre as suas actividades destacam-se as exposições Neighbourhood (2016) na Bienal de Arquitectura de Veneza e Centro Cultural de Belém em Lisboa, ou as Durações do rasto (2018) na Fundação Iberê Camargo, Brasil. Em 2018 publicou o livro Como está o início depois do fim? (Tinta da China). A mostra ficará patente na Casa das Artes de Famalicão de 7 Maio a 29 de Junho.