O mundo íntimo de Jean-Michel Basquiat

King Pleasure não é uma exposição sobre uma estrela. É uma tentativa de impedir que a imagem pública apague a dimensão humana do artista. Realizada pelas irmãs, mostra 177 obras nunca vistas e contextualiza um percurso colado à negritude, à identidade, à irreverência. Inaugurou em Nova Iorque a 9 de Abril e não tem data para terminar. 33 anos depois da sua morte, Basquiat vive. Em Diários, de Andy Warhol, série na Netflix, e numa mão cheia de exposições pelos EUA...

Foto
© James Van der Zee Archive, The Metropolitan Museum of Ar

Duas crianças brincam num jardim. A qualidade da imagem não permite distinguir as feições. Elas andam pela mão uma da outra, passo acelerado sobre um verde de relva comido pelo tempo e debaixo do que parece uma chuva de fiapos negros, aquela espécie de quase-insectos eléctricos que vão corrompendo filmes antigos. É um filme doméstico do final dos anos 60 que não teria saído da caixa de recordações se uma das crianças que brincam em Prospect Park não se chamasse Jean-Michel Basquiat. Foi num tempo antes da lenda. Jean-Michel era só mais um rapaz negro a crescer em Brooklyn, Nova Iorque, filho mais velho de um empresário haitiano e de uma pintora de ascendência porto-riquenha. A outra criança no vídeo era uma das irmãs mais novas.

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