Eleições sérvias confirmam hegemonia de Vucic e do seu partido

Presidente foi reeleito com quase 60% dos votos e o seu partido foi o mais votado, devendo conseguir facilmente formar Governo.

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Aleksandar Vucic foi reeleito Presidente sérvio sem surpresas ANDREJ CUKIC / EPA

O Presidente sérvio, Aleksandar Vucic, foi reeleito com quase 60% dos votos nas eleições presidenciais de domingo, e também viu o seu partido, o Partido Progressista Sérvio (SNS, na sigla original), alcançar uma maioria parlamentar. Os resultados devem permitir a Vucic, no poder desde 2017, cimentar o seu poder no país balcânico.

O chefe de Estado obteve 59% dos votos, garantindo uma vitória fácil logo à primeira volta, de acordo com as autoridades eleitorais, depois de contabilizados 87% dos boletins. No domingo celebraram-se eleições presidenciais, legislativas e autárquicas.

Da mesma forma, o SNS também conseguiu manter a maioria no Parlamento, ao alcançar 43% dos votos. A coligação oposicionista Unidos pela Vitória ficou em segundo lugar, com 13%, enquanto o seu líder, o general na reserva, Zdravko Ponos, também ficou em segundo nas presidenciais, com 17%.

O Partido Socialista, provável parceiro de coligação do SNS, ficou em terceiro com 11%, o que deverá ser suficiente para estabelecer uma maioria parlamentar confortável para apoiar o Governo.

Vucic, um ex-primeiro-ministro com uma longa carreira governamental, assume-se cada vez mais como o protagonista da política sérvia, apesar de o cargo de Presidente ter um poder efectivo reduzido.

A invasão russa da Ucrânia teve também um papel importante e, no seu discurso de vitória, Vucic, que goza de boas relações com o Kremlin, garantiu que a Sérvia irá manter a “neutralidade militar”. “Vamos continuar com uma política importante para os europeus, russos e americanos”, afirmou o Presidente reeleito, referindo que a Sérvia “vai manter relações amigáveis e de parceria em muitas áreas” com a Rússia.

Durante a campanha eleitoral, Vucic prometeu a “paz e a estabilidade”, perante a desordem causada pela invasão russa. No entanto, o Governo de Belgrado não aplicou sanções contra o regime russo, embora tenha apoiado as resoluções das Nações Unidas de condenação da invasão.

A oposição e algumas organizações de defesa dos direitos humanos têm criticado o estilo de governação de Vucic, acusando-o de autoritarismo e corrupção, citando a intimidação de adversários políticos, controlo sobre os media e até ligações ao crime organizado.

A única esperança da oposição para contrariar a hegemonia de Vucic e do SNS estava concentrada nas eleições autárquicas nas maiores cidades, como Belgrado, Novi Sad ou Nis. Na capital, o partido governamental conseguiu ser o mais votado, mas pode ficar aquém de obter a maioria na assembleia local, deixando em aberto a possibilidade de ser eleito um autarca da oposição, explica o Balkan Insight.

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