Ucrânia. 20 mil voluntários de todo o mundo estão a combater forças russas
Comandantes revelam que estão a coordenar militares profissionais de dezenas de países, a maioria dos Estados Unidos, Reino Unido, Geórgia, Canadá e Polónia. Voluntários com visões radicais ou com ligações a organizações de extrema-direita têm sido excluídos.
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Cerca de 20 mil voluntários de todo o mundo já se juntaram às forças ucranianos nos combates contra os invasores russos, mas os comandantes destas unidades garantem que questionam as intenções dos voluntários e excluem os “sanguinários” e “extremistas”.
O comandante de cerca de 700 militares da Legião Georgiana, Mamuka Mamulashvili, revelou esta quinta-feira ao site Politico que está a questionar as intenções de cada voluntário que procura juntar-se ao seu batalhão e que tem eliminado voluntários com visões radicais ou com ligações a organizações de extrema-direita.
“Preciso apenas de uma motivação: salvar pessoas e civis”, realçou Mamulashvili, numa entrevista telefónica, não revelando o local onde se encontra na Ucrânia. “Eu não quero sanguinários que procuram matar alguém”.
No entanto, os seus homens estão em guerra contra a Rússia e o comandante procura mais voluntários, quando o conflito já atingiu um mês de duração.
O Presidente ucraniano Volodimir Zelensky tinha adiantado no início do mês que 16 mil estrangeiros estavam no país para combater as forças russas. Poucos dias depois, as fileiras de voluntários foram estimadas em 20 mil pelo general ucraniano Kyrylo Budanov, em declarações à CNN.
Já Mamuka Mamulashvili revelou que comanda militares profissionais de dezenas de países, a maioria dos Estados Unidos, Reino Unido e Geórgia, de onde é natural e que também já foi invadida pela Rússia. Em detalhe, Mamulashvili contou que a legião foi a primeira a enfrentar os russos no aeroporto de Hostomel, na região de Kiev.
Sobre a linha da frente, o comandante referiu que uma zona de exclusão aérea, pedida incessantemente por Volodimir Zelensky ao Ocidente, poderia “salvar muitas vidas”. “Enquanto estou a falar consigo oiço bombardeamentos pesados. Este ataque não é apenas um som, são vidas de crianças, mulheres, principalmente da população civil”, realçou.
Voluntários do Reino Unido e EUA
Mas esta não é a única força de combate estrangeira na Ucrânia.
Damien Magrou, porta-voz da Legião Internacional de Defesa Territorial da Ucrânia, contou que a sua força de combate é composta por um grande contingente de voluntários britânicos, norte-americanos e polacos. Os combatentes dos países bálticos e do Canadá, que tem a maior diáspora ucraniana do mundo a seguir à Rússia, também apareceram em números consideráveis.
Magrou adiantou que recebeu grupos de canadianos que lutaram lado a lado no Afeganistão e até um grupo de vizinhos da mesma vila georgiana. “O sentimento comum para todos os que vieram e se inscreveram na legião é que tínhamos vontade de fazer algo sobre o conflito. Não podemos apenas assistir passivamente enquanto as bombas caem sobre alvos civis nas grandes cidades da Ucrânia”, confessou em entrevista ao Politico.
Este cidadão francês, que vive em Kiev há vários anos, recusou-se a fornecer mais pormenores sobre o número total de combatentes, ou sobre de que partes do mundo se deslocaram.