Miguel Nicolelis: “Para o Universo adquirir a sua existência, precisou de um narrador”

O cérebro humano pode assemelhar-se ao de uma máquina, mas o de uma máquina nunca conseguirá replicar na íntegra o cérebro humano: “Os fenómenos naturais não foram criados para serem matematizados”, garante o neurocientista e professor Miguel Nicolelis. Mas admite que o contrário pode acontecer – e a imersão digital já está a moldar os nossos cérebros.

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Miguel Nicolelis José Luiz Somensi/DR

O neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis defende que o Universo existe porque nós o vemos. Não que ele não exista se os humanos não estiverem aqui para o observar, mas não na medida em que o percebemos: o universo, o tempo, a física, a matemática e até Deus são abstracções da mente humana, diz. Nada disto “pressupõe que a humanidade ocupe ou desempenhe um papel excepcional no cosmos”, nem se “nega de todo a existência de um mundo natural externo”. Significa apenas que o Universo é uma gigantesca massa de informação potencial, que é usada pelos cérebros humanos para gerar representações mentais dele.

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