Nuno Melo pede a Costa que “suspenda e reavalie” extinção do SEF

Para o eurodeputado e candidato à presidênca centrista, prosseguir com a extinção do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras numa altura em que a “maior vaga de refugiados se dirige à União Europeia” seria um “erro colossal”.

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Eurodeputado é candidato à presidência do CDS Rui Gaudencio

O eurodeputado centrista, Nuno Melo, apelou esta quinta-feira ao primeiro-ministro que "suspenda e reavalie” a extinção do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), considerando que seria um “erro colossal” tendo em conta a chegada de refugiados da Ucrânia.

Numa nota enviada à imprensa, o deputado do CDS-PP ao Parlamento Europeu defende que, “no momento em que a maior vaga de refugiados se dirige à União Europeia”, a extinção do SEF seria “erro colossal” por parte do Governo, “mais um” na política de segurança.

E sustenta que o SEF é um “serviço altamente especializado, reconhecido internacionalmente e composto por profissionais briosos e competentes que não se podem confundir com actos criminosos que terão sido cometidos por uma inexpressiva minoria, que deve ser exemplarmente punida”, salientando que têm sido também “exemplar no profissionalismo e no tratamento das pessoas que fogem da guerra na Ucrânia”.

Nuno Melo, que é candidato à liderança do CDS-PP no congresso de 2 e 3 de Abril, apela assim ao primeiro-ministro, António Costa, que “suspenda e reavalie a decisão de extinção do SEF”.

“Num contexto de grave incerteza na segurança externa, enorme pressão dentro da União Europeia e na sua fronteira externa, e de uma política de vizinhança de enorme risco, extinguir os serviços que exemplarmente serviram o país durante décadas é um erro trágico, quer do ponto de vista simbólico quer do ponto de vista operacional, que o CDS combaterá firmemente”, defende o deputado europeu.

A extinção do SEF, que passa pela transferência das competências policiais para a PSP, GNR e Polícia Judiciária e criação da Agência Portuguesa para as Migrações e Asilo, foi decidida pelo actual Governo socialista e aprovada no Parlamento em Outubro, mas a sua concretização prevista para Janeiro foi adiada para Maio devido à pandemia de covid-19.

A Rússia lançou a 24 de Fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já causou pelo menos 726 mortos e mais de 1170 feridos, incluindo algumas dezenas de crianças, e provocou a fuga de cerca de 4,8 milhões de pessoas, entre as quais três milhões para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.