Euribor sobem e batem máximos a seis e 12 meses desde o segundo semestre de 2020
Subida acontece depois da decisão do BCE de acelerar o fim da compra de dívida pública, abrindo a porta a uma subida de taxas mais cedo que o previsto para controlar inflação.
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As taxas Euribor, que estão associadas à grande maioria dos empréstimos à habitação em Portugal, subiram esta sexta-feira a três, a seis e a 12 meses face a quinta-feira, batendo novos máximos nos dois maiores prazos desde o segundo semestre de 2020.
A aceleração de subida das taxas no mercado interbancário desta manhã acontece depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter decidido acabar com as compras de dívida pública mais cedo do que o planeado, mostrando forte preocupação com a evolução da inflação, o que poderá antecipar o início de aumento das suas taxas directoras.
A forte subida da inflação na Europa está particularmente associada à subida das matérias-primas, particularmente o petróleo, gás e electricidade, mas também de bens alimentares, como o milho, que continua em ligeira subida, sendo que se encontram em valores máximos. A evolução dos preços das mercadorias agravou-se com a escalada da guerra na Ucrânia.
A taxa Euribor a seis meses, a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação, subiu para -0,414%, mais 0,013 pontos do que na sessão anterior, batendo um novo máximo desde meados de Setembro de 2020, contra o mínimo de sempre, de -0,554%, verificado em 20 de Dezembro de 2021.
A três meses, a Euribor subiu 0,003 pontos para -0,502%, depois de na quarta-feira ter atingido -0,491%, um novo máximo desde Outubro de 2020, contra o mínimo de sempre, de -0,605%, verificado em 14 de Dezembro.
No prazo de 12 meses, a taxa Euribor fixou-se em -0,268%, mais 0,025, subindo para um novo máximo desde Agosto de 2020, de -0,283%, em 14 de Fevereiro, e contra o actual mínimo de sempre, de -0,518%, verificado em 20 de Dezembro de 2021.
As Euribor têm estado voláteis, mas sob pressão, desde o início da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de Fevereiro, depois de terem começado a subir mais significativamente desde 4 de Fevereiro, após o Banco Central Europeu (BCE) ter admitido na última reunião de política monetária (em 03 de Fevereiro) que pode vir a subir as taxas de juro directoras este ano devido à subida da inflação na zona euro.
A evolução das taxas de juro Euribor está intimamente ligada às subidas ou descidas das taxas de juro directoras BCE.
As taxas Euribor a três, a seis e a 12 meses entraram em terreno negativo em 2015, em 21 de Abril, 6 de Novembro e 5 de Fevereiro de 2016, respectivamente.
As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 57 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.