Abramovich diz que doará lucro da venda do Chelsea a vítimas da guerra
O milionário russo anunciou nesta quarta-feira que vai vender o clube londrino e que criará uma fundação de caridade onde todos os lucros líquidos do negócio serão doados.
Roman Abramovich anunciou nesta quarta-feira, através de um comunicado oficial, que vai vender o Chelsea. Na nota divulgada pelo clube londrino, o milionário russo afirmou que criará uma fundação de caridade para onde todos os lucros líquidos do negócio serão doados, acrescentando ainda que não pedirá o reembolso dos empréstimos que fez aos “blues”: “Isto nunca teve a ver com negócios ou dinheiro para mim, mas sobre pura paixão pelo jogo e pelo clube.
No seu comunicado, Abramovich declarou que irá instruir a sua equipa para criar uma fundação de caridade, para a qual irão reverter todos “os lucros líquidos” gerados por esta venda, para posteriormente serem doados “a todas as vítimas da guerra na Ucrânia”.
“Entendam que esta é uma decisão incrivelmente difícil para mim e que me entristece deixar o clube desta forma. Mas creio que esta é a melhor decisão”, referiu o bilionário russo, que justificou esta decisão pelo facto de nunca ter visto o Chelsea como “negócio ou algo relacionado com dinheiro, mas sim algo ligado à pura paixão pelo jogo pelo clube”. Por esse motivo, garante que não pedirá o “reembolso dos empréstimos” que fez aos londrinos.
Abramovich tornou-se dono do clube londrino no Verão de 2003, e, desde que o russo se tornou proprietário do Chelsea, os “blues” conquistaram um total de 17 troféus, com destaque para as duas Ligas dos Campeões, cinco campeonatos ingleses e duas Ligas Europa.
Em 2019, o norte-americano Todd Boehly, antigo presidente da Guggenheim Partners, e co-proprietário dos Los Angeles Dodgers, terá oferecido ao russo cerca de 2.5 mil milhões de euros pela compra do Chelsea.
Também ontem, ainda antes da confirmação por parte de Abramovich que o Chelsea estava à venda, o magnata suíço Hansjorg Wyss afirmou ao jornal Blick que o milionário russo teme ser alvo de sanções devido à guerra na Ucrânia e “está em pânico com toda esta situação da Rússia”.
Wyss, que vive nos Estados Unidos e tem investimentos no ramo da indústria farmacêutica, afirmou que “Abramovich está a tentar vender todas as suas propriedades em Inglaterra” e “também quer se livrar do Chelsea rapidamente”. “Actualmente, Abramovich está a pedir demais. O Chelsea deve-lhe dois mil milhões de libras, mas não tem dinheiro.”
Comunicado:
“Gostaria de abordar a especulação na imprensa nos últimos dias em relação à minha propriedade do Chelsea FC. Como já disse antes, sempre tomei decisões com o melhor interesse do Clube em mente. Na situação actual, tomei, portanto, a decisão de vender o Clube, pois acredito que seja do interesse do Clube, dos adeptos, dos colaboradores, bem como dos patrocinadores e parceiros do Clube.
A venda do Clube não será acelerada, mas seguirá o devido processo. Não vou pedir o reembolso de nenhum empréstimo. Isto nunca teve a ver com negócios ou dinheiro para mim, mas sobre pura paixão pelo jogo e pelo clube. Além disso, instruí a minha equipa a criar uma fundação de caridade para onde todos os lucros líquidos da venda serão doados. A fundação será para o benefício de todas as vítimas da guerra na Ucrânia. Isso inclui fornecer fundos essenciais para as necessidades urgentes e imediatas das vítimas, bem como apoiar o trabalho de recuperação a longo prazo.
Por favor, saibam que esta foi uma decisão incrivelmente difícil de tomar, e dói-me separar-me do Clube dessa maneira. No entanto, acredito que isso seja do melhor interesse do clube.
Espero poder visitar Stamford Bridge uma última vez para me despedir de todos vocês pessoalmente. Foi o privilégio de uma vida fazer parte do Chelsea FC e estou orgulhoso de todas as nossas conquistas conjuntas. O Chelsea Football Club e seus torcedores estarão sempre em meu coração.”