A cena passa-se à entrada de um centro de arte e cultura, a Fundação Eugénio de Almeida, em Évora, num sábado à tarde, enquanto é inaugurada a exposição de um interessante projecto de arte expandida, chamado “Alvex” (um mot-valise onde se fundem as palavras “Alentejo e Extremadura), da autoria da artista espanhola Maite Cajaraville. Uma visitante espanhola deixa a sua cadela de médio porte à entrada do edifício, amarrada pela trela a um cinzeiro alto de metal, fixado no chão, e entra para assistir à apresentação que a artista faz da sua exposição. A certa altura, na rua, há barulho de metal a fazer atrito na calçada, gritos e correria dos transeuntes: a cadela, sentindo-se abandonada pela dona, arrancou o cinzeiro e fugiu, assustadíssima, obrigando os passeantes a esconder-se para não serem atropelados por um objecto metálico arrastado por aquele animal desvairado. O cinzeiro acabou por ficar preso entre dois carros e a cadela, já só com a trela, só começou a sossegar na sua correria porque a dona chegou imediatamente e conseguiu resgatá-la.
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