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Covid-19. Graça Freitas diz que Portugal deve avançar para alívio de medidas de forma “gradual e segura”

Directora-geral da Saúde diz que país deve chegar à Primavera e aos meses mais quentes “numa fase de recuperação”. Indicador das mortes por milhão de habitantes ainda preocupa. Nesta quarta-feira, Governo volta a reunir-se com especialistas no Infarmed para discutir alívio de medidas.

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Governo reúne-se na quarta com especialistas no Infarmed Daniel Rocha

Graça Freitas, directora-geral da Saúde, disse, nesta terça-feira, que as medidas para travar a covid-19 em Portugal deverão ser aliviadas nos próximos dias, mas realçou que esse aligeiramento deve respeitar o princípio da “gradualidade, da adequação e da segurança”.

“Não devemos, de maneira nenhuma, ter sobressaltos nesta descida. Queremos chegar à Primavera e aos meses mais quentes numa fase de recuperação. Temos ondas [da doença] e queremos ter um espaço para recuperar. Temos de o fazer de forma gradual e segura”, disse a directora-geral em directo na RTP3.

O Governo vai reunir-se, nesta quarta-feira, com especialistas no Infarmed, para discutir um eventual alivio das medidas de combate à pandemia de covid-19. A reunião surge numa altura em que se verifica uma diminuição de novas infecções, que marca a fase descendente da pandemia em Portugal.

Questionada pelos jornalistas sobre se os portugueses poderão vir a precisar de doses adicionais da vacina contra a covid-19, Graça Freitas disse ser ainda “prematuro” para discutir essa questão. “É muito prematuro e é melhor pensarmos que temos que terminar agora o reforço daqueles que ainda precisam de o fazer, continuar a vacinar aqueles que começam o esquema de vacinação primário e continuar a projectar os meses futuros”, apontou.

Falando ao lado da directora-geral, António Lacerda Sales, secretário de Estado Ajunto e da Saúde, disse que a evolução dos indicadores dos internamentos, da incidência e do R(t) tem sido positiva, mas o número de mortes por covid-19 por milhão de habitantes ainda é elevado.

“As evoluções dão algum optimismo, confiança e tranquilidade para podermos acreditar que vamos ter alívio das restrições. Será bom para todos porque conduzirá aquilo que é a normalização das nossas vidas. Mas há ainda alguns indicadores que nos preocupam, como o número de mortes por milhão de habitantes, que ainda é algo diferente do que o que o ECDC preconiza, que é de 20 óbitos por milhão de habitantes, e estamos acima desse valor”.

De acordo com o relatório de monitorização das “linhas vermelhas” para a covid-19, divulgado na sexta-feira pela Direcção-Geral da Saúde (DGS) e pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (Insa), nas mortes por covid-19 o país ainda apresenta uma “tendência crescente”, com uma mortalidade de 62,9 óbitos em 14 dias por milhão de habitantes. Um aumento de 4% que mantém o país bem acima do limiar de 20 óbitos definido pelo Centro Europeu de Controlo de Doenças (ECDC).

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