O primeiro-ministro, António Costa, irá reunir-se nesta quarta-feira com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, sobre a necessidade de realizar um novo encontro com os especialistas de saúde no Infarmed para avaliar o alívio das restrições.

À chegada da ronda de audiências com entidades da sociedade civil e partidos políticos que arrancou nesta manhã em São Bento, o primeiro-ministro esclareceu que a ronda de encontros com os partidos não prevê a discussão do alívio de restrições (mas apenas a preparação da próxima legislatura), não excluindo, no entanto, que os partidos tomem a iniciativa de discutir também esse tema.

As novidades deverão chegar “no final desta semana ou no início da próxima”, quando os especialistas de saúde que têm apoiado o Governo entregarão “um parecer” sobre “as alterações que devem ser introduzidas à situação da pandemia”, acrescentou António Costa.

Nas últimas semanas, os especialistas de saúde começaram a defender um alívio progressivo das restrições de combate à pandemia de covid-19, à semelhança do que têm feito França, Noruega, Dinamarca, Finlândia ou Inglaterra, que já estão a aligeirar estas restrições.

Questionado pelos jornalistas sobre a possibilidade de aliviar as medidas de restrição, o primeiro-ministro insistiu —​ usando a sua “experiência própria”, uma vez que esteve infectado com covid-19 e só nesta quarta-feira saiu do seu isolamento profiláctico — que é imperativo manter os cuidados de segurança sanitária básicos e reforçar a vacinação.

“À cautela, mantenhamos todos os cuidados”, declarou. E dando o exemplo internacional dos países que têm eliminado as medidas restritivas legais, o primeiro-ministro ressalvou que os mesmos países “têm mantido o conselho à responsabilidade individual na gestão de risco”.

Em declarações ao PÚBLICO, a pneumologista Raquel Duarte, um dos membros da equipa de especialistas que o Governo tem ouvido, afirmou que “estamos na fase de aliviar com prudência, passo a passo, vendo as consequências desse alívio e estando atentos a novas variantes, novos surtos, novos agravamentos”.