Apenas quatro maquinistas do Metro de Lisboa são mulheres

A Metropolitano de Lisboa ainda emprega muitos mais homens do que mulheres, em particular na categoria de maquinista. Embora garanta que promove a igualdade de género nos processos de contratação, a transportadora afirma que as candidaturas por parte de mulheres continuam a ser mais reduzidas.

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Entre os colaboradores da empresa, cerca de 25% são mulheres Francisco Romao Pereira

Dos 260 maquinistas da Metropolitano de Lisboa (ML), apenas quatro são mulheres, de acordo com os mais recentes dados da transportadora, fornecidos ao PÚBLICO esta segunda-feira.

Com um universo de 1.516 trabalhadores, a ML empregava 384 mulheres à data de 31 de Dezembro de 2021, o que corresponde a cerca de 25% dos colaboradores da empresa. Quando olhamos para os números na faixa dos maquinistas, a percentagem de mulheres não chega sequer a 2% do total de maquinistas da empresa – isto apesar de as mulheres já fazerem parte da equipa de maquinistas do metro desde 2009.

Contudo, cerca de 10% das colaboradoras mulheres do metro ocupam cargos de chefia: existem seis directoras, 17 chefes de departamento, 10 chefes de núcleo, três coordenadoras operacionais e quatro inspectoras e encarregadas de movimento na empresa.

As restantes trabalhadoras encontram-se “diluídas nas categorias de maquinista e nos serviços administrativos”, refere a ML, sendo esta última aquela onde se encontram mais mulheres.

Ainda assim, os homens aparecem em peso também nos cargos de chefia, já que, de um total de 159 trabalhadores a ocupar os mais altos cargos da empresa, 79 são homens.

Perante estas discrepâncias, a ML explica que recebe menos candidaturas por parte de mulheres – só 31% das candidaturas provêm de mulheres –, chegando mesmo a existir funções “para as quais não existe qualquer candidatura feminina”, como no caso dos cargos de manutenção de via e oficinais.

Especificamente sobre os maquinistas, a empresa culpa ainda a especificidade da função, já que é necessário progredir internamente na carreira para se ascender ao cargo de maquinista, desde o cargo de operador comercial.

"É nossa convicção que o número de mulheres maquinistas subirá à medida que o recrutamento para essa categoria profissional comece a incidir sobre operadores comerciais mais jovens”, afirmou a ML em resposta ao PÚBLICO.

A transportadora acrescentou também que “não existem quaisquer constrangimentos quer à contratação de mulheres para os quadros, quer quanto às nomeações para cargos dirigentes”, referindo que a ML “reconhece os benefícios de possuir uma força de trabalho diversificada”.

Mais: sublinhou que, apesar do baixo número de mulheres que empregam, “trabalhar políticas que visam a promoção da igualdade de género e o combate à discriminação é um imperativo ético a que a empresa está vinculada”.

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