Conceição pode igualar recorde de Villas-Boas

O FC Porto vence há 15 jogos consecutivos e se vencer em Arouca, onde ganhou sempre, a equipa orientada por Sérgio Conceição iguala o recorde alcançado pelos “dragões” de André Villas-Boas de 2011/12.

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Sérgio Conceição Reuters/MIGUEL VIDAL

Sérgio Conceição vaticinou neste sábado que os três futebolistas contratados no mercado de Inverno vão necessitar de um período de ambientação ao FC Porto, na véspera da visita ao Arouca, da 21.ª jornada da I Liga. Uma visita que o técnico espera render mais três pontos, o que a confirmar-se, torna este FC Porto de Sérgio Conceição um dos melhores.

“Estes atletas têm o seu período de adaptação. O Rúben Semedo veio com alguns quilos a mais e vai ter alguma dificuldade nesta fase inicial. O Stephen Eustáquio fez um treino, porque esteve com covid-19 e depois partiu para a selecção. O Galeno não veio a 100% fisicamente e também fez um treino”, observou o técnico, em conferência de imprensa.

O defesa Rúben Semedo e o avançado brasileiro Galeno chegaram provenientes dos gregos do Olympiacos e ao Sporting de Braga, respectivamente, enquanto o médio luso-canadiano Stephen Eustáquio foi cedido pelo Paços de Ferreira até ao final da época.

“Já tivemos oportunidade de falar [do mercado]. Não vale a pena continuarmos a falar do mesmo. São reforços que vão ter o seu período de adaptação, mas estamos cá para trabalhar e retirarmos ao máximo o melhor deles. Não me quero alongar mais”, frisou.

Sérgio Conceição já trabalhou no FC Porto com Galeno, que assinou em definitivo pelos minhotos em 2019/20, na sequência de empréstimos sucessivos ao Portimonense e ao Rio Ave, reconhecendo uma “evolução normal e natural de um jogador de qualidade”.

“O Galeno esteve connosco numa fase inicial da carreira. Na altura, tínhamos jogadores para a sua posição que achava que davam uma resposta mais rápida e capaz. O Sp. Braga não só lhe deu esse ritmo competitivo, como aquilo que é necessário para alguém que alinha naquela posição. Tem várias características que nos podem ajudar”, considerou.

Em sentido inverso, o treinador do FC Porto viu partir os influentes Luis Díaz (Liverpool), Sérgio Oliveira (Roma) e Jesús Corona (Sevilha), criticando o planeamento da SAD e admitindo reformular objectivos, numa fase em que segue na liderança isolada da I Liga.

“Em termos de qualidade, nesta altura, é inequívoco que o Luis Díaz estava a ser uma peça super-importante na equipa. Sendo menos utilizado, o Sérgio Oliveira era um jogador de peso em campo. O Corona, mesmo não estando tão bem esta temporada, dava-nos algo no balneário e na abordagem aos jogos”, explicou.

Recorde à vista

Os “dragões” encerraram a janela de transferências de Inverno como o terceiro clube a nível mundial com maior receita gerada, com 49 milhões de euros, fasquia que Sérgio Conceição acredita ser “parte do seu trabalho” num “país que necessita de vender”.

Quanto ao embate em Arouca, onde nunca perdeu pontos, o FC Porto procura manter a maior sequência de invencibilidade da sua história na I Liga, com 48 jogos sem perder, ante um opositor moralizado pelos quatro pontos alcançados nos últimos dois jogos fora.

“Até pelos resultados que teve, ao ganhar na Amoreira (2-1 ao Estoril Praia) e empatar com o Famalicão (0-0), prevemos um jogo difícil. A maior parte dos pontos somados tem sido em Arouca e cabe-nos olhar para o jogo como mais uma final. Houve uma semana “limpa”, o que facilita a preparação, e faremos tudo para ganhar os três pontos”, apontou.

Os “azuis e brancos” vencem há 15 jornadas consecutivas e podem igualar em Arouca o recorde de André Villas-Boas, com 16, em 2011/12, uma semana antes da recepção ao campeão nacional Sporting, que prossegue a seis pontos de distância do topo da tabela.

“À medida que caminhamos para o final do campeonato, os jogos têm o seu peso. Se formos 100% vitoriosos em todas as frentes em Fevereiro e pararmos por aí, não vamos ganhar nada. Este mês é importante na nossa caminhada, como vai ser Março, Abril e Maio, mas não é decisivo”, advertiu Sérgio Conceição, privado de Manafá, por lesão.

O nigeriano Zaidu deve recuperar a titularidade face ao castigo do brasileiro Wendell, por acumulação de cartões amarelos, ao passo que o iraniano Mehdi Taremi, o colombiano Matheus Uribe e o luso-canadiano Stephen Eustáquio já voltaram das suas selecções.

“Vou olhar para este jogo como o jogo mais importante. O Arouca merece todo o respeito do mundo e teve exactamente a mesma preparação como se fosse um jogo de Liga dos Campeões. Não estou a pensar no jogo seguinte”, finalizou o técnico, sobre o cenário de João Mário, Bruno Costa e Matheus Uribe estarem em risco de exclusão do “clássico”.

O FC Porto, líder isolado, com 56 pontos, visita o Arouca, 15.º colocado, com 18, no domingo, às 18h00, no Estádio Municipal de Arouca, em Arouca, em encontro da 21.ª jornada da I Liga, com arbitragem de Hélder Malheiro, da associação de Lisboa.