Caixa chega a acordo para aumentos salariais de 2021 e 2022
As tabelas salariais do banco público serão aumentadas, em média, em 0,9% no que diz respeito a 2021 (com efeitos retroactivos) e em 0,92% relativamente a 2022.
A Caixa Geral de Depósitos (CGD) fechou o acordo de revisão das tabelas salariais, relativas aos anos de 2021 e 2022, com os sindicatos representativos dos trabalhadores da banca. A informação foi avançada esta quinta-feira pelo banco estatal, que dá conta de que os salários serão aumentados, em média, em 0,9% em 2021 (com efeitos retroactivos) e em 0,92% em 2022.
O acordo foi assinado com o Sindicato de Trabalhadores das Empresas do Grupo Caixa Geral de Depósitos (STEC), o Mais Sindicato, o Sindicato dos Bancários do Centro (SBC) e o Sindicato dos Bancários do Norte (SBN), indica a CGD, em comunicado enviado às redacções. “A assinatura deste acordo torna a Caixa Geral de Depósitos na primeira e única instituição financeira nacional a fazer a revisão da tabela salarial e das cláusulas de expressão pecuniária, por dois anos, tal como já havia sido feito para os anos de 2019 e 2020, também em Janeiro”, refere o banco público.
De acordo com a informação disponibilizada pelos sindicatos, o aumento relativo a 2021 será de 16 euros até ao nível 11 da tabela salarial e de 0,5% nos níveis seguintes. Já em 2022, haverá um aumento de 18 euros até ao nível 11 da tabela salarial e de 0,3% nos níveis seguintes. Assim, o aumento médio ponderado para a tabela salarial referente a 2021, que terá efeitos retroactivos a 1 de Janeiro de 2021, será de 0,9%. Relativamente a 2022, o aumento médio ponderado acordado para a tabela salarial é de 0,92%.
Quanto às cláusulas de expressão pecuniária (onde se incluem os subsídios, ajudas de custo e diuturnidades), a Caixa refere apenas que “os aumentos têm uma variação bastante acima da média no subsídio de apoio ao nascimento, subsídio de trabalhador-estudante e subsídio de estudo”, sem detalhar a dimensão dos aumentos em causa. “Para 2022, existe ainda um aumento muito expressivo no valor máximo do crédito à habitação (nivelamento)”, acrescenta o comunicado.
A Caixa irá, ainda, “repor o subsídio de refeição nas férias a todos os trabalhadores com contrato administrativo de provimento, cujo pagamento foi retirado desde Abril de 2017”, adiantam os sindicatos, esclarecendo que esta reposição terá efeitos retroactivos, inclui juros de mora e será efectuada até dia 8 de Fevereiro.
Acordo “aquém” das expectativas dos sindicatos
Este acordo é conseguido depois de vários meses de negociação entre a instituição financeira e os sindicatos. Inicialmente, a CGD propôs um aumento salarial de 0,4% em 2022, com alguns aumentos diferenciados para cada nível salarial. Os trabalhadores do banco público recusaram-se a aceitar os valores propostos, lembrando o crescimento dos lucros e os 300 milhões de euros que a CGD entregou ao Estado em 2021, sob a forma de dividendo. No final do ano passado, chegaram a realizar dois dias de greve.
O processo negocial chega agora ao fim, não sem o presidente da CGD criticar as propostas feitas inicialmente pelos sindicatos, que propuseram aumentos em torno de 1,5%. “Existe um tempo para desacordo, face a propostas fora do mercado e da competitividade necessária à Caixa, e um tempo para acordo que a Caixa Geral de Depósitos saúda ter conseguido”, afirma Paulo Macedo, citado em comunicado.
Em reacção ao acordo alcançado, os sindicatos admitem que o mesmo ficou “aquém” das suas pretensões, mas saúdam o facto de as actualizações salariais produzirem efeitos já a partir deste mês.
“O acordo agora alcançado fica aquém da pretensão dos sindicatos, mas tem a vantagem de os trabalhadores receberem já os retroactivos desde Janeiro de 2021 e a actualização de 2022, com efeitos a 1 deste mês”, referem o Mais Sindicato e o SBC, em comunicado conjunto enviado às redacções. “A actualização salarial e os respectivos retroactivos serão processados com o vencimento de Fevereiro”, acrescentam.
Notícia actualizada às 11h07 com a informação enviada pelo Mais Sindicato e pelo SBC.