Range Rover ganha uma nova vida aos 52 anos
A quinta geração do todo-o-terreno surge ainda mais luxuosa e de braço dado com a electrificação. Para daqui a dois anos está prevista uma versão 100% eléctrica.
Poucos carros terão tantos anos e tão poucas gerações: ao fim de 52 anos, o Range Rover entra na sua quinta geração com o objectivo de se reafirmar como um automóvel de culto, dando cartas tanto nas capacidades no asfalto como fora dele, ao mesmo tempo que parece focado em ser cada vez mais luxuoso. E, depois de ter sido revelado ao mundo em Novembro, no Salão de Los Angeles, chegou a Portugal para se exibir ao vivo e a cores.
Por fora, nota-se um certo arredondamento das linhas, o que lhe imprime alguma suavidade, não obstante o seu enorme tamanho, e lhe permite reclamar um coeficiente aerodinâmico de 0,30 (a Land Rover garante que este SUV de luxo é o mais eficiente do mundo em termos de aerodinâmica), o que também se deverá a alguns detalhes, como aos puxadores das portas que recolhem na carroçaria.
No interior, a marca garante que conseguiu eliminar grande parte dos ruídos, vibrações e distracções indesejadas, de forma a “reduzir a carga cognitiva do condutor e passageiros”. Já o conforto dever-se-á em parte à suspensão preditiva, capaz de preparar o veículo para o estado do piso e para o curso da estrada, graças à utilização de dados de navegação. Mas não só: os bancos podem ser comparados a uma primeira classe de um avião (com versões a oferecerem massagem e uma série de ajustes) e há tecnologia capaz de agradar a todos. À frente, o sistema de infoentretenimento Pivi Pro assenta num ecrã táctil curvo e flutuante de 13,1 polegadas. Atrás, é possível equipar o carro com um sistema multimédia com ecrãs tácteis ajustáveis de 11,4 polegadas integrados nas costas dos bancos dianteiros.
Outro detalhe é a inclusão de uma tecnologia de limpeza do ar, que reduz alérgenos e elimina patogénicos, o que contribui para reduzir os odores desagradáveis, mas também dificulta a circulação de vírus e bactérias.
Há coisas, porém, que não mudam, sendo reinterpretadas: casos da linha de tejadilho baixa, da linha de cintura robusta e da linha inferior ascendente, que se conjugam com uma frente curta e uma traseira esticada, com a bagageira a apresentar uma abertura bipartida, como é costume (e capaz de se transformar num sofá, com um encosto que pode ser montado). Tudo para que, apesar de haver um mundo a separar os quatro modelos precedentes a este, haja um fio condutor que permita que qualquer um reconheça o veículo como um Range Rover ao primeiro olhar.
O novo Range Rover chega com duas carroçarias, curta (5052mm) e longa (com mais 20cm), que podem ser configuradas com quatro ou cinco lugares, sendo que a maior pode integrar uma terceira fila com dois lugares – penaliza o espaço na mala, mas a garantia é que um adulto se senta de forma confortável em qualquer banco.
Nas mecânicas, há um gasóleo mild-hybrid, com 350cv, e dois plug-in, de 440 e de 510cv, equipados com uma bateria de 31,8 kWh, que permite uma condução sem emissões por 113 quilómetros, num cenário muito optimista (a autonomia eléctrica real deverá rondar uns razoáveis 80km). Com motor apenas a combustão é proposto o topo de gama, animado por um motor V8 biturbo 4.4 a debitar 530cv e capaz de ir de 0 a 100 em apenas 4,6 segundos. Em 2024, a Land Rover prevê apresentar o primeiro Range Rover 100% eléctrico.
Os preços são tão luxuosos quanto o carro: arrancam nos 140.625€ para a versão híbrida de ligar à corrente mais “fraquinha”, com 440cv.