Algo de errado à esquerda, tudo errado à direita

Ao contrário do PS, que vergastou fortemente os candidatos que lhe disputavam a esquerda, o PSD relativizava o Chega e tinha abundantes militantes promovendo a IL. Se se oferece mel aos concorrentes diretos, os eleitores seguem o exemplo.

António Costa afinal jogou e ganhou. Provocou eleições no momento em que intuiu ainda conseguir ganhá-las e, com sorte, com vantagem face ao resultado anterior. Provavelmente ajudado pelas sondagens – e depois dos erros crassos quer nas autárquicas quer nestas legislativas teremos de ter uma conversa séria com as empresas que fazem estes estudos. E, também, pelos anticorpos ainda virulentamente ativos com as lembranças da governação durante a troika – uma das estratégias do PS foi agitar todos os fantasmas na segurança social, na legislação laboral, na frieza perante os mais pobres e na facilidade com que se escolhiam estes para alvos preferenciais das políticas de austeridade; claro que nada disto se aplicava a Rui Rio, contestatário de Passos Coelho dos quatro costados, porém funcionou.

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