Acidente, lesões, cirurgias e época em risco para Egan Bernal

Ainda não há parecer médico sobre o tempo de paragem, mas, dada a extensa lista de lesões – e a gravidade de algumas delas –, é certo que o ciclista não está a postos para o arranque da época. Resta saber se, quando e onde voltará ao ciclismo.

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EPA/Thibault Camus / Pool

Quando a temporada de ciclismo começa vão acontecendo acidentes e incidentes que resultam em lesões e paragens prolongadas – já faz parte da vida no World Tour. Desta vez, porém, nem foi preciso haver ciclismo na estrada. A temporada 2022 ainda nem começou e Egan Bernal já é uma baixa para o início da época e mesmo o meio e o fim da temporada estão em risco claro de não terem o colombiano a competir.

O ciclista teve um acidente num treino com colegas da INEOS, na Colômbia, chocando contra a traseira de um autocarro. Segundo as autoridades, citadas pela agência EFE, o veículo travou de forma brusca para deixar um passageiro e Bernal, que seguia atrás, “não viu a manobra, chocando com a traseira”. Resultado: traumatismo no tórax e na cervical, perfuração no pulmão, lesões vertebrais e fracturas no fémur e numa rótula.

O ciclista colombiano já foi operado perto de Bogotá e está em recuperação nos cuidados intensivos. O hospital esclarece que, além das intervenções para corrigir as várias fracturas, houve uma cirurgia à coluna, “mantendo a integridade neurológica e preservando a funcionalidade dos segmentos afectados”, bem como uma intervenção para drenar sangue e ar dos pulmões.

O que significa para a temporada?

Egan Bernal estará agora em observação durante 72 horas, antes de ser emitido um parecer mais concreto sobre o tempo de paragem. Ainda assim, dada a extensa lista de lesões – e a gravidade de algumas delas –, é certo que o ciclista não está a postos para o arranque da época e não é crível sequer que venha a competir nos próximos meses.

Bernal tinha planeado começar a temporada na Volta a Provença, em Fevereiro, algo que não vai, por certo, acontecer. O que também dificilmente acontecerá é estar a postos para o grande objectivo da temporada, que era liderar a INEOS na Volta a França, em Julho. E mesmo que até consiga uma recuperação célere e esteja a postos para o Tour, é uma incógnita saber se estará em condições de ser competitivo.

E esta é, para Bernal, uma temporada de regresso à Volta a França. O campeão de 2019 teve um 2020 para esquecer, quando abandonou a corrida, focando-se, em 2021, na Volta a Itália – que venceu.

2022 era o ano do regresso de Bernal a França e de duelo triplo com Primoz Roglic e o bicampeão Tadej Pogacar. Não sendo um cenário excluído, que o parecer médico de Bernal ainda está por ser revelado, é provável que a INEOS tenha de repensar a estratégia para a temporada.

Nessa medida, nomes como Richard Carapaz (teoricamente apontado ao Giro), Geraint Thomas, Tao Geoghegan Hart e Adam Yates poderão ser chamados a pelouros diferentes, bem como, numa segunda linha, poderá haver mais responsabilidade para ciclistas como Richie Porte, Daniel Martínez ou Pavel Sivakov.

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