Portugal defende título e legado de Ricardinho

A selecção nacional de futsal inicia nesta quarta-feira, em Amesterdão, a participação no 12.º Campeonato da Europa.

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Portugal vai defender o título europeu de futsal EPA/TOMS KALNINS

Os candidatos são os suspeitos do costume, mas o formato do 12.º Campeonato da Europa de futsal é novo – contará pela primeira vez com 16 países - e Portugal entrará na prova com um estatuto inédito (actual campeão) e um pesado legado a defender: a ausência de Ricardinho, seis vezes considerado o melhor jogador do mundo da modalidade. Mantendo Jorge Braz no seu comando técnico e o Sporting como principal base de recrutamento, Portugal estreia-se nesta quarta-feira (16h30, RTP1), em Amesterdão, frente à Sérvia, e é favorito num Grupo A em que vai também defrontar a Ucrânia e o anfitrião Países Baixos.

A fase final do Euro 2022 vai prolongar-se até 6 de Fevereiro, com jogos em Amesterdão e em Groningen, que, devido às medidas de combate à pandemia nos Países Baixos, não terão a presença de espectadores - a proibição imposta pelo Governo neerlandês está em vigor até 25 de Janeiro. Isto significa que os jogos da fase de grupos até essa data terão de ser disputados à porta fechada, não se sabendo ainda se o público poderá assistir às partidas da fase a eliminar.

Actual campeão europeu e mundial, Portugal terá nos Países Baixos como principais obstáculos à reconquista da competição a Espanha, a Rússia e o Cazaquistão, e, para evitar um possível frente-a-frente com os cazaques já nos quartos-de-final, o primeiro grande objectivo da selecção de Jorge Braz é garantir a vitória no Grupo A.

Os opositores

Apesar de ser favorito, na estreia que acontecerá esta tarde no Ziggo Dome, o palco da final que fica a menos de uma centena de metros da Johan Cruyff Arena, Portugal terá um adversário que embora tenha necessitado de disputar o play-off frente à Bielorrússia para assegurar a qualificação, mostrou há menos de quatro meses que é um rival complicado: em Setembro, na Guatemala, os sérvios apenas foram derrotados pela selecção portuguesa no prolongamento nos oitavos-de-final do Mundial.

Potência na modalidade no início do século - esteve na final dos Europeus de 2001 e 2003 -, a Ucrânia será no domingo, novamente em Amesterdão, o segundo oponente português. Os ucranianos falharam a presença no último Campeonato do Mundo, mas há quatro anos, no Europeu da Eslovénia, também foram os rivais de Portugal na 2.ª jornada da fase de grupos, numa partida que terminou com uma vitória suada para Jorge Braz (5-3).

A terminar a fase inicial, os campeões europeus e mundiais defrontam a 28 de Janeiro, em Groningen, a equipa com menos currículo no Grupo A. Com um lugar garantido por ser o anfitrião, os Países Baixos estiveram nos últimos 20 anos em apenas duas grandes competições internacionais. No Euro 2005, em que não passaram da fase de grupos, e no Euro 2014, em que foram goleados pela Rússia (7-1) e por Portugal: 5-0, com golos de João Matos, Joel Queirós, Cardinal e Bruno Coelho, que bisou na partida.

Quase oito anos depois desse encontro, Bruno Coelho continua a ser uma das figuras da selecção nacional e, sendo um dos atletas mais experientes, considera que no Euro 2022 os jogadores portugueses têm de “ter os pés bem assentes na terra”.

O ala, que actua no Napoli Futsal, diz que ser campeão mundial é “uma motivação” para Portugal, “mas também para as outras selecções”. “Se, há uns anos, queríamos ganhar à Espanha porque era a melhor do mundo e da Europa, hoje passamos nós pelo mesmo, de ter de defender o nosso título. Se não estivermos no máximo das nossas capacidades, torna-se mais difícil”, alertou o “10” da equipa portuguesa.

Bruno Coelho, que a par de Zicky integrou mais tarde os trabalhos de preparação por ter testado positivo à covid-19 – o guarda-redes Edu Sousa, que também foi infectado pelo vírus, acabou substituído por Bebé -, refere que na fase de grupos, em que a formação nacional terá pela frente “selecções fortes fisicamente”, será preciso “um jogo mais móvel, mais ao estilo de Portugal”.

Nos últimos dois jogos de preparação, Portugal venceu a Macedónia do Norte, mas em Dezembro a equipa portuguesa foi goleada pela Espanha (6-0). Bruno Coelho, desvaloriza o resultado e refere que “se calhar, foi boa a derrota”: “Não pelos números que foram, que são exagerados, mas acaba por nos pôr em sentido e nos focarmos ainda mais no que realmente queremos. Aquela não é a imagem de Portugal e queremos passar o que realmente somos. Temos uma próxima oportunidade de conseguir mais e melhor.”

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