Autoridades australianas aceitaram suspender a deportação de Novak Djokovic

Tenista sérvio deu uma entrevista quando devia estar em isolamento, em Dezembro, e diz que informação incorrecta dada nos documentos entregues na Austrália foi por “erro humano”.

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O tenista Novak Djokovic em treinos Reuters/STRINGER

O visto do tenista sérvio Novak Djokovic foi novamente cancelado pelas autoridades australianas esta sexta-feira, noticia o jornal The New York Times. A decisão acontece quatro dias depois de um tribunal australiano ter ordenado a libertação do tenista, retido num centro de detenção em Melbourne após o seu visto ter sido revogado por não estar vacinado contra a covid-19.

O ministro australiano para a Imigração, Cidadania, Serviços de Fronteiras e Assuntos Multiculturais, Alex Hawke, justificou a decisão em comunicado, dizendo que cancelou o visto do jogador por motivos de “saúde pública e ordem” e para defender o interesse público.

Uma investigação federal liderada por Hawke revelou que Djokovic deu falsas informações nos documentos que entregou às autoridades australianas na fronteira quando tentou entrar no país na semana passada.

Djokovic viajou da Sérvia para Espanha nos finais de Dezembro, contrariamente ao que declarou às autoridades australianas. O tenista respondeu “não” à pergunta sobre se tinha viajado nos 14 dias anteriores ao voo para a Austrália, num formulário de saúde para entrar no país, quando as suas redes sociais e notícias nos órgãos de comunicação internacionais mostram precisamente o contrário.

Austrália aceita suspender deportação até decisão judicial

As autoridades da Austrália aceitaram esta sexta-feira suspender a deportação de Novak Djokovic, até que a justiça decida sobre o cancelamento do visto de entrada do tenista sérvio no país, anunciou um advogado do governo australiano. Djokovic será interrogado pelos serviços de imigração no sábado, e, apesar de não ficar sob detenção até esse momento, as autoridades australianas têm intenção de recolocar o líder do ranking mundial nessa condição, informou a mesma fonte.

As revelações do advogado do governo australiano, Stephen Lloyd, ocorreram perante o mesmo juiz de um tribunal de Melbourne que anulou o cancelamento inicial do visto de Djokovic e que promoveu uma audiência de urgência, declarando, no fim, a entrega do processo ao Tribunal Federal.

A audiência foi motivada pela decisão do ministro australiano da Imigração, Alex Hawke, que cancelou pela segunda vez o visto de Djokovic, o que implica a deportação do vencedor do Open da Austrália por nove vezes (2008, 2011, 2012, 2013, 2015, 2016, 2019, 2020 e 2021).

Djokovic chegou a Melbourne a 5 de Janeiro com uma isenção médica que lhe permitiria jogar no Open da Austrália, primeiro major de 2022, sem ser vacinado contra a covid-19, mas o visto foi posteriormente cancelado pelas autoridades alfandegárias.

O sérvio ficou detido até uma decisão judicial na segunda-feira ordenar a sua libertação – emitida pelo mesmo juiz que promove a audiência –, mas o Governo australiano voltou a cancelar o visto.

A confirmar-se a deportação, o tenista pode ficar proibido de entrar no país durante três anos.

Djokovic tinha admitido na quarta-feira ter cometido “um erro de julgamento” ao ter estado presente numa entrevista quando devia estar em isolamento, depois de receber um teste de covid-19 positivo. Quanto aos erros nos documentos para entrar na Austrália, diz que foram preenchidos pela sua equipa e que, por “erro humano e certamente não deliberado”, foi dada uma informação incorrecta.

Num comunicado publicado na sua conta na rede social Instagram, para abordar o que diz ser “a desinformação sobre as suas actividades e presença em eventos em Dezembro”, Djokovic afirma ter feito um teste PCR a 16 de Dezembro, apesar de não ter sintomas e de ter um autoteste negativo, feito por precaução. Diz ainda só ter tido conhecimento do resultado um dia mais tarde, 17, já depois de ter participado num evento desportivo em que entregou prémios a crianças.

Apesar de Djokovic dizer que só teve conhecimento do resultado do teste no dia seguinte, os documentos submetidos no tribunal na Austrália dizem que ele foi testado e diagnosticado logo a 16 de Dezembro. com Lusa

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