Livre admite chamar BE e PCP para “eco-geringonça”, PAN recusa fazer futurologia

Rui Tavares afirmou que a “eco-geringonça” é “qualquer entendimento e convergência que responda ao tempo presente”. Inês de Sousa Real defendeu que “o ambiente e a protecção do ambiente não devem estar espartilhados na dicotomia direita e esquerda”, pois “as preocupações ambientais são de tal forma relevantes que não podem ser uma preocupação acantonada numa determinada força política”.

Foto
LUSA/PEDRO PINA/RTP

O fundador do Livre, Rui Tavares, admitiu, no domingo à noite, chamar Bloco de Esquerda e PCP para a “eco-geringonça”, enquanto a líder do PAN, Inês de Sousa Real, escusou-se a fazer futurologia sobre um possível entendimento.

Num debate cordial, na SIC Notícias, moderado pela jornalista Rosa Oliveira Pinto, o dirigente do Livre Rui Tavares afirmou que a “eco-geringonça” é “qualquer entendimento e convergência que responda ao tempo presente”.

“Na geringonça original, em 2015 e em 2019, foi importante virar a página da austeridade e reverter as medidas da Troika”, considerou, vincando que agora é necessário “virar a página, também de muitas décadas, de descaminho em termos ambientais do país e do mundo”.

Rui Tavares, que propôs, em entrevista à agência Lusa, a criação da “eco-geringonça”, com Livre, PAN e PEV, admitiu chamar para o entendimento o BE e PCP, recordando que já lançou o repto no debate televisivo com a líder do Bloco, Catarina Martins.

“Esse acordo alargado terá de ser plural. Quanto mais alargado e mais amplo, mais garantias dá de uma base de apoio político e social a uma política que precisamos”, sublinhou o cabeça de lista do Livre por Lisboa nas eleições legislativas antecipadas de 30 de Janeiro.

Já a porta-voz do PAN (Pessoas-Animais-Natureza), Inês de Sousa Real, defendeu que “qualquer força política que esteja em condições de viabilizar ou formar governo terá que ter em consideração a agenda política das diferentes forças” que integrarão uma possível coligação.

“O que terá de ser avaliado, não vamos fazer futurologia, é, se de facto, após o dia 30 Janeiro, quais é que serão essas condições”, realçou, notando, desde logo, “uma diferença” de opinião em relação ao Livre.

“O ambiente e a protecção do ambiente não devem estar espartilhados na dicotomia direita e esquerda”, pois “as preocupações ambientais são de tal forma relevantes que não podem ser uma preocupação acantonada numa determinada força política”, disse.