Privatização da Efacec adiada para 2022, o que não é bom para a empresa
Ministro das Finanças não se compromete com data para a conclusão das negociações com um único candidato à compra, o grupo português DST.
O ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, apontava a conclusão da privatização Efacec até ao final do ano, mas nesta quarta-feira, após o último Conselho de Ministros previsto para 2021, foi o ministro das Finanças, João Leão, a comunicar que o processo só será concluído no próximo ano, quando está na corrida um único candidato, o grupo DST.
Questionado sobre o motivo do atraso na privatização da Efacec, o ministro das Finanças disse que “o processo ainda está em curso” e admitiu que “não existe uma data definida para a sua conclusão”. “Neste momento. não podemos adiantar mais nada, porque ainda está em curso — ainda não está concluído”, afirmou João Leão.
A Efacec foi nacionalizada há cerca de um ano e meio, período em que a situação financeira se agravou, apesar de um primeiro, e mais recentemente de um segundo, empréstimo garantido pelo Estado.
No último ano, a produção da empresa abrandou ou esteve mesmo praticamente parada durante alguns meses, por falta de dinheiro para pagamento aos fornecedores. O clima social também não é o mais favorável. Uma parte dos trabalhadores tem realizado várias greves parciais, em protesto contra actos de gestão da actual administração da empresa.
A nacionalização de 71,73% do capital social da empresa, anteriormente detidos pela empresária angolana Isabel dos Santos, ocorreu a 2 de Agosto de 2020. Os processos judiciais desencadeados pela justiça angolana, relacionados com as revelações do “Luanda Leaks”, contra a empresária, que levaram ao arresto de parte dos seus bens e de contas bancárias, geraram uma situação de impasse que foi ultrapassada com a nacionalização.
O processo de reprivatização, que o Governo pretendia que fosse célere, começou por suscitar o interesse de dez entidades, segundo informações da empresa e do Governo. Mas no momento de apresentação de propostas, ainda não vinculativas, ficaram cinco, dois grupos nacionais, a DST e a Sing — Investimentos Globais, SGPS, e três grandes grupos internacionais, a chinesa Chint Group Corporation, a espanhola Iberdrola e o grande concorrente egípcio Elsewedy, mas que viriam a desistir do processo poucos meses depois.
Na terceira fase do concurso, apenas o grupo bracarense DST, com actividades na área da construção e com outros negócios na área da energia e ambiente, apresentou uma proposta final vinculativa, em negociação com o Governo, e sem data, segundo as declarações do ministro das Finanças, para estarem concluídas.