Ómicron representa 61,5% dos casos em Portugal, o que levará a “rápido aumento da incidência”

Em 15 dias pode ser ultrapassado limiar de 960 casos por 100 mil habitantes. Cuidados intensivos com tendência estável.

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Estela Silva/Lusa

A variante Ómicron já é a estirpe do novo coronavírus dominante em Portugal, com uma proporção de casos estimada em 61,5%, indica o relatório semanal de monitorização das “linhas vermelhas” para a covid-19, divulgado esta sexta-feira pelas autoridades de saúde.

O mais recente relatório da Direcção-Geral da Saúde (DGS) e do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (Insa), com a monitorização das linhas vermelhas para a covid-19, aponta ainda a pressão nos serviços de saúde e o impacto na mortalidade que “são elevados, embora com tendência estável, revelando assimetrias regionais”.

O documento indica que a mortalidade específica por covid-19 (21,8 óbitos em 14 dias, por um milhão de habitantes) apresenta também “uma tendência estável”.

“Esta taxa de mortalidade revela um impacto elevado da pandemia na mortalidade”, adiantam as autoridades.

As autoridades alertam que “o período de dominância da variante Ómicron condicionará provavelmente um aumento do número de contactos devido às festividades e resultará num rápido aumento da incidência, sendo o impacto nos serviços de saúde e a mortalidade de magnitude ainda incertas”.

Por esta razão, a DGS e o INSA recomendam “fortemente” o “reforço das medidas de distanciamento social, da testagem, vacinação de reforço de grupos elegíveis e capacitação dos serviços de saúde para um aumento rápido de procura é fortemente recomendado”.

Em 15 dias pode ser ultrapassado limiar de 960 casos por 100 mil habitantes

Segundo a DGS e o INSA, o número de novos casos de infecção por SARS-CoV-2 por 100 mil habitantes, acumulado nos últimos 14 dias, foi de 630 casos, com tendência crescente a nível nacional e fortemente crescente na região de Lisboa e Vale do Tejo.

Esta informação revela que, no grupo etário com idade superior ou igual a 65 anos, o número de novos casos por 100 mil habitantes, acumulado nos últimos 14 dias, foi de 244, com “tendência estável a nível nacional”.

“O R(t) apresenta valor igual ou superior a 1, indicando uma tendência crescente da incidência de infecções por SARS-CoV-2 a nível nacional (1,11) e em todas as regiões à excepção das regiões Centro e Algarve”, lê-se no documento.

A DGS e a INSA estimam que, a manter esta taxa de crescimento, a nível nacional, “o limiar de 960 casos em 14 dias por 100 mil habitantes possa ser ultrapassado entre 15 e 30 dias. A região de Lisboa e Vale do Tejo foi aquela em que se registou um valor mais elevado do R(t) (1,22)”.

Cuidados intensivos com tendência estável

O número de doentes de covid-19 internados em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI) no continente revelou uma tendência estável, correspondendo a 61%, enquanto na semana anterior foi de 62% do valor crítico, definido de 255 camas ocupadas.

A nível nacional, a proporção de testes positivos para SARS-CoV-2 foi de 3,4% (na semana anterior foi de 3,1%), encontrando-se abaixo do limiar definido de 4,0%.

Observou-se um aumento do número de testes para detecção de SARS-CoV-2 realizados nos últimos sete dias, com a proporção de casos confirmados notificados com atraso a ser de 3% (na semana passada foi de 3,6%), mantendo-se abaixo do limiar de 10%.

Nos últimos sete dias, 84% dos casos de infecção por SARS-CoV-2 foram isolados em menos de 24 horas após a notificação (na semana passada foi de 89%) e, no mesmo período, foram rastreados e isolados, quando necessário, todos os contactos em 58% dos casos.

O relatório refere que a capacidade de rastreamento de contactos de casos revela “sinais de pressão”.