Líder militar da NATO defende envio de tropas para a Bulgária e Roménia
Segundo a revista alemã Der Spiegel, o comandante supremo operacional das forças aliadas, Tod Wolters, sugeriu um reforço militar da NATO para fazer frente à ameaça da Rússia na fronteira com a Ucrânia.
O general norte-americano Tod Wolters, um dos principais líderes militares da NATO, sugeriu que a Aliança Atlântica devia estabelecer uma presença na Bulgária e na Roménia para contrariar o reforço militar da Rússia ao longo da fronteira com a Ucrânia, avança o site da revista alemã Der Spiegel, este sábado.
Segundo a revista, Wolters — o comandante supremo operacional das forças aliadas — “apelou a um reforço das tropas na fronteira da NATO a Leste” numa videoconferência com responsáveis militares de outros países.
A concretizar-se, o plano do general Wolters resultaria numa expansão da presença militar da NATO nos estados bálticos e na Polónia, para a Roménia e a Bulgária.
A notícia surge um dia depois de o Governo russo ter divulgado uma lista com exigências para a retirada da NATO do Leste da Europa e com um esboço de acordo mais abrangente com os Estados Unidos, com vista à pacificação na região.
Numa primeira reacção, a Casa Branca disse que vai iniciar um diálogo com o Kremlin na próxima semana, mas sublinhou que a lista russa tem propostas “inaceitáveis”. Uma delas (a proibição da adesão da Ucrânia à NATO), já foi rejeitada pelo secretário-geral da Aliança Atlântica, Jens Stoltenberg, com o argumento de que essa decisão cabe à Ucrânia e aos países-membros da NATO.
Também na sexta-feira, Stoltenberg disse que a NATO “está sempre a avaliar a necessidade de futuros ajustamentos na sua postura e presença, incluindo no sudeste da região, para garantir que será sempre capaz de defender os seus aliados contra qualquer ameaça”.
O reforço da presença militar da Rússia na fronteira com a Ucrânia agravou as tensões entre Moscovo e a NATO, e a Aliança Atlântica lançou alertas contra uma possível invasão do território ucraniano pelos russos.
A Rússia nega ter a intenção de invadir a Ucrânia, e afirma que a sua presença militar na fronteira é uma reacção à cada vez maior proximidade entre o Governo ucraniano e a NATO, o que é visto por Moscovo como uma ameaça à sua segurança.