Taxas Euribor fixam novos mínimos e podem ser uma “armadilha” em novos empréstimos

BCE alerta para risco de sobrevalorização do mercado imobiliário e para a possibilidade de uma correcção brusca quando as taxas de juro começarem a subir.

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Preço da habitação é muito elevado em algumas zonas das grandes cidades Nuno Ferreira Santos

As taxas Euribor a três e a 12 meses atingiram esta terça-feira novos mínimos de sempre, à semelhança do que já tinha acontecido na sessão anterior também com a taxa a seis meses. Estas novas descidas são positivas para quem tem empréstimos à habitação, mas podem ser uma armadilha para empréstimos recentes ou para quem vai contratar novos créditos, como alertou recentemente o Banco Central Europeu.

Os receios do BCE estão nos elevados preços dos imóveis, a que se referiu como “bolsas de exuberância em mercados de crédito, activos e residenciais”, admitindo que quando as taxas de juro começarem a subir, a correcção neste mercado pode ser “brusca”.

Imóveis mais caros implicam, nos casos em que há esse recurso, empréstimos mais elevados, o que num cenário de subida de taxas de juro podem tornar-se incomportáveis para o orçamento das famílias, a que acresce ainda o risco de uma eventual correcção do próprio mercado imobiliário.

A Euribor a três meses, um prazo que deixou praticamente de ser utilizado em novos contratos, mas que está presente num grande número de créditos contratados nos últimos anos, caiu para um novo mínimo de sempre pelo segundo dia consecutivo, ao ser fixada em -0,605%, menos 0,002 pontos do que na segunda-feira.

A taxa a seis meses, a que ainda está presente na maioria dos contratos mais antigos, subiu ligeiramente esta terça-feira, para -0,545%, mais 0,002 que na sessão anterior, quando desceu para o actual mínimo histórico, de -0,547%.

No prazo a 12 meses, que é actualmente o prazo mais utilizado, por ser a que tem o valor mais elevado, baixou para -0,508%, menos 0,004 pontos, contra o actual mínimo histórico, de -0,515%, verificado em 2 de Fevereiro deste ano.

A evolução das taxas de juro Euribor está intimamente ligada às decisões de política monetária do BCE, nomeadamente as suas taxas directoras, que se têm mantido extremamente baixas, e algumas mesmo negativas, para incentivar a recuperação económica na zona euro.

As recentes subidas da taxa de inflação na região, especialmente se essa subida não for temporária, podem obrigar o Banco Central Europeu (BCE) a retirar parte dos estímulos que tem dado à economia, o que agravará o custo do dinheiro para empresas e particulares.

As taxas Euribor a três e a seis meses entraram em terreno negativo em 2015, a 21 de Abril e 6 de Novembro, respectivamente, e a de 12 meses a 5 de Fevereiro de 2016.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 57 bancos está disposto a emprestar dinheiro entre si. Com Lusa

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