Galp e Northvolt estudam investimento de 700 milhões em refinaria de lítio
Petrolífera e fabricante sueca de baterias criam a joint-venture Aurora para lançar a cadeia de valor das baterias de lítio.
A Galp e a Northvolt anunciaram esta terça-feira a parceria Aurora “para criar oportunidades relacionadas com o rápido crescimento da cadeia de valor das baterias”.
A Aurora Lith, sociedade criada em Setembro, é uma das participantes do consórcio liderado pela Galp que prevê investimentos de 900 milhões de euros na cadeia de valor do lítio e que está a concorrer a subsídios do PRR.
A nova joint-venture Aurora tem, segundo as empresas, “o principal intuito de estabelecer a maior e mais sustentável unidade integrada de conversão de lítio da Europa”, com uma produção inicial de 35 mil toneladas de hidróxido de lítio.
“Trata-se de um momento significativo para a Galp e para Portugal, o momento em que verdadeiramente lançamos a cadeia de valor do lítio”, afirmou o presidente de Galp, Andy Brown, na apresentação, realizada em Lisboa.
Pela Northvolt, Paolo Cerruti, sublinhou que a empresa está empenhada “em criar uma nova indústria para a Europa”.
O antigo gestor da Tesla e co-fundador da fabricante sueca de baterias para veículos eléctricos explicou que além do fabrico e posterior reciclagem das baterias, a Northvolt está envolvida também no fabrico de um dos seus principais ingredientes, o hidróxido de lítio.
A Aurora Lithium, marca europeia registada pela Northvolt no final de 2019, tem estado a desenvolver um novo processo químico de conversão de concentrado de espodumena em hidróxido de lítio, com o apoio do consórcio europeu EIT Raw Materials.
Um processo que poderá agora conhecer novos desenvolvimentos com esta parceria luso-sueca, que está a “realizar estudos técnicos e económicos” para a concretização do projecto.
Segundo a Galp, a joint-venture Aurora está ainda a estudar várias localizações para a refinaria de lítio, que poderá representar um investimento de 700 milhões de euros e cerca de 1500 empregos directos e indirectos.
“A decisão final de investimento ainda não ocorreu, mas a parceria prevê que as operações se iniciem até ao final de 2025 e que as operações comerciais tenham início em 2026”, referem as empresas.
Esta joint-venture criada pela Galp e pela Northvolt “irá também analisar outras oportunidades de negócio ao longo da cadeia de valor e está empenhada em adoptar, em todas as suas actividades, as abordagens mais adequadas do ponto de vista ambiental”, refere o comunicado das duas parceiras.
Andy Brown salientou que Portugal tem “todas as credenciais” para desenvolver este tipo de investimento: do porto de águas profundas em Sines, às energias renováveis e mais baratas para o processo industrial, da mão-de-obra, às reservas de lítio.