Leonor Xavier: a vida como dádiva, a morte como mistério

A escritora e jornalista morreu no domingo, aos 78 anos, no Instituto Português de Oncologia, em Lisboa, onde estava internada. O velório é esta segunda-feira, a partir das 17h00, na Capela do Rato.

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fotografia divulgada pela Bertrand

No seu livro de memórias Casas Contadas, publicado em 2009 e vencedor do prémio Máxima de Literatura, Leonor Xavier relata a sua trajectória de vida através de um hábil subterfúgio: o de descrever o ambiente das treze casas que habitou, desde a infância até esses anos do início do século XXI. Nascida em Lisboa, em 1943, numa família da burguesia afluente, Leonor teve a infância e adolescência própria das meninas bem-nascidas: boa educação, Liceu Francês, férias no Estoril e no estrangeiro, aulas de ballet, aprendizagem de outras línguas, Universidade, acção dinâmica na Juventude Católica, pais, avós, irmãos, amigos, unidos por memórias e afectos tecidos num intrincado e belo padrão de relações. Viajou pela Europa, licenciou-se em Filologia Românica, casou, teve três filhos e foi viver para o Brasil, tendo adquirido dupla nacionalidade.

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