Abrigo de Gaza transforma brinquedos e bicicletas em próteses para animais

Associação da Faixa de Gaza serve-se da madeira e do metal reciclados para criar aparelhos de auxílio para animais paralisados. “Os animais ficam exaustos quando estão paralisados, por isso damos-lhes algo que lhes permite andar, para que se sintam normais.”

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Reuters/IBRAHEEM ABU MUSTAFA
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Um abrigo para animais na Faixa de Gaza está a utilizar as rodas de carros de brincar e bicicletas para crianças para construir dispositivos de mobilidade para cães e gatos com paralisia, ajudando-os a andar, correr e brincar novamente, apesar da falta de acesso a próteses especializadas.

Os trabalhadores da associação de resgate de animais de Sulala no enclave palestiniano estão a trabalhar para equipar cerca de 32 cães e gatos com cadeiras de rodas improvisadas ou membros artificiais feitos de madeira e metal reciclados.

“Os animais ficam exaustos quando estão paralisados, por isso damos-lhes algo que lhes permite andar, para que se sintam normais. Os animais também têm sentimentos”, disse Al-Aer, que ajuda a gerir o abrigo.

Reuters/IBRAHEEM ABU MUSTAFA
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Um dos cães, Lucy, cujas patas traseiras ficaram paralisadas num acidente de carro, recebeu uma cadeira de rodas construída com os pneus de uma antiga bicicleta para crianças com as cores do arco-íris.

Com a ajuda de voluntários, Lucy consegue deslizar a parte superior do seu corpo através de um arnês que liga uma estrutura metálica às rodas. As pernas traseiras ficam confortavelmente acima da parte de trás da armação. E lá vai ela.

“É ajustável ao tamanho do cão”, disse Ismail Al-Aer, tio de Said, que concebeu o dispositivo.

Ismail criou um aparelho semelhante para gatos utilizando as pequenas rodas de um carro de corrida de brincar. O abrigo para animais, em Gaza, recebeu doações de instituições de caridade da Austrália e Grã-Bretanha. Não existem centros médicos especializados para animais em Gaza, que é dirigido pelo grupo militante Hamas e mantida sob um cerco israelita.

Embora tenha dois centros de próteses, eles estão ocupados a fornecer membros artificiais a cerca de 1600 amputados na Faixa, incluindo muitos que foram baleados durante os confrontos fronteiriços com as tropas israelitas.

Mas os centros não oferecem serviços aos animais, tornando a iniciativa do abrigo ainda mais importante, disse o veterinário de Gaza, Bashar Shehada. “As amputações caem, assim como as úlceras e feridas que são consequência dos animais rastejarem”, disse Shehada.