Aliança luso-germânica rende milhões ao Benfica na Champions

Os “encarnados” derrotaram o Dínamo Kiev, por 2-0, e, com a derrota do Barcelona em Munique, garantiram o apuramento para os oitavos-de-final da Liga dos Campeões.

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Yaremchuk marcou o primeiro golo do Benfica Reuters/PEDRO NUNES

Ganhar não chegava. Era necessário também um imprescindível auxílio germânico. E foi isso que aconteceu. Com uma exibição competente, o Benfica começou por fazer a sua parte - aos 22 minutos já tinha dois golos de vantagem - e não precisou de esperar muito para perceber que iria contar com a ajuda do Bayern Munique - ao intervalo os bávaros já venciam, por 2-0. Com a aliança luso-germânica a funcionar, o Benfica derrotou no Estádio da Luz o Dínamo Kiev (2-0), e, beneficiando da derrota do Barcelona na Alemanha (3-0), garantiu a segunda posição no Grupo E da Liga dos Campeões, o que significa para as “águias” um lugar nos oitavos-de-final da prova e um encaixe de mais 12,4 milhões de euros.

Com os olhos no relvado da Luz e os ouvidos à espera das notícias que chegassem do Allianz Arena, Jorge Jesus teve uma boa e uma má noticia com o anúncio dos “onzes” que iam iniciar as duas partidas da última jornada do Grupo E.

Se em Munique o jovem técnico Julian Nagelsmann cumpriu a palavra e, mesmo tendo o primeiro lugar garantido, não menosprezou o duelo com o Barcelona, colocando em campo um Bayern quase na máxima força, em Lisboa o experiente Mircea Lucescu tinha optado por fazer precisamente o mesmo: sem qualquer hipótese de fugir ao último lugar, o romeno, de 76 anos, não facilitou e escolheu uma equipa com os seus principais triunfos.

Contra um Dinamo com jogadores da qualidade de Zabarnyi, Shaparenko ou Tsygankov e desenhado em 4x3x3, Jesus manteve o esquema táctico habitual na Liga dos Campeões com uma linha de três na defesa, colocando Pizzi no lugar de Everton e Yaremchuk na frente do ataque - o ucraniano, que defrontou a equipa onde foi formado, foi titular em todos os jogos da fase de grupos.

Para além da responsabilidade da partida - o Benfica não chegava aos “oitavos” da Champions há cinco temporadas -, uma das incógnitas para a partida era perceber como é que os “encarnados” iriam reagir depois do abalado sofrido com a derrota no derby frente ao Sporting. Porém, bastaram 27 segundos para perceber que a “águia” não estava combalida: Yaremchuk obrigou Bushchan a defender para a frente e, na recarga, Rafa falhou um golo fácil.

Sem qualquer pressão, o Dínamo, quase sempre em transições, ainda pareceu ter argumentos para assombrar a noite benfiquista - aos 8’, foi Tsygankov a falhar com a baliza aberta -, mas o Benfica estava melhor e, depois de mais uma ameaça (Pizzi, aos 11’), marcou à terceira tentativa: Rafa e João Mário deram um nó aos ucranianos no lado esquerdo e Yaremchuk, “à ponta de lança”, marcou à antiga equipa.

Aos 16’, o Benfica ganhava a tranquilidade que necessitava e nem deu tempo para que surgisse qualquer resposta. Seis minutos depois, Gilberto beneficiou de um desvio de Verbic para colocar a bola junto ao poste esquerdo de Bushchan e fazer o 2-0.

A meio da primeira parte, o Benfica fazia o que lhe competia, mas faltavam as boas notícias de Munique. E elas não tardaram: antes do intervalo, na Luz festejou-se mais dois golos - de Muller e Sane contra o Barcelona - marcados a mais de dois mil quilómetros de distância.

Com tudo a seu favor, o Benfica voltou para a segunda parte com cautelas. A jogar com o relógio, os “encarnados” baixaram a intensidade e a pressão sob o portador da bola, procuraram gerir a vantagem. Com isso, permitiram que o Dínamo se aproximasse mais vezes da baliza de Vlachodimos, que passou a ter mais trabalho.

Com mais bola, os ucranianos assustaram os benfiquistas aos 57’, 63’, 70’ e 74’, fazendo subir os níveis de ansiedade na Luz, apesar de na Alemanha o Bayern já vencer o Barcelona por 3-0. Claramente a depender já apenas de uma vitória, Jesus refrescou a equipa com a entrada de Everton, Lázaro e Taarabt, mas as mudanças não surtiram qualquer efeito e o Benfica teve que sofrer até final, sem, porém, deixar fugir o mais importante: uma vitória que leva o Barcelona ao tapete e mantém os “encarnados” na Liga dos Campeões.

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