Europa recomenda mistura e combinação de vacinas contra a covid-19

Órgãos de saúde europeus dizem que as evidências sugerem que a combinação de vacinas de vector viral e vacinas de ARN-mensageiro produz bons níveis de anticorpos contra a covid-19. Abordagem poderá reduzir impacto no processo de vacinação caso uma das vacinas não esteja disponível.

Foto
EPA/NARENDRA SHRESTHA

A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) e o Centro Europeu de Controlo e Prevenção de Doenças (ECDC) recomendaram esta terça-feira que os países façam mistura e combinação das vacinas contra a covid-19 que já foram aprovadas. E dizem que estas misturas podem ser feitas tanto para a vacinação inicial como para as doses de reforço.

Segundo disseram a EMA e o ECDC num comunicado conjunto emitido na manhã desta terça-feira, as evidências sugerem que a combinação de vacinas de vector viral (AstraZeneca e Janssen, por exemplo) e vacinas de ARN-mensageiro (Pfizer e Moderna) produz bons níveis de anticorpos contra o coronavírus que causa a covid-19.

O aval dos órgãos de saúde da União Europeia aconteceu depois da divulgação de um estudo alargado sobre esta questão nesta segunda-feira. O estudo concluiu que uma primeira dose da AstraZeneca ou da Pfizer-BioNTech seguida por uma dose da Moderna, nove semanas depois, induziu uma melhor resposta imunológica em quem fez este esquema vacinal. Mas a EMA e o ECDC realçam que a recomendação também tem por base “um número crescente de estudos clínicos, apoiados por evidências do mundo real”.

“O uso de uma vacina de vector viral como segunda dose nos esquemas de vacinação primários, ou o uso de duas vacinas de ARN-mensageiro diferentes, é menos estudado”, lê-se no comunicado.

Os Estados Unidos, por exemplo, já deram luz verde para que as misturas e combinações aconteçam, enquanto a Organização Mundial da Saúde (OMS) também está a avaliar esta abordagem.

Enquanto o mundo tenta rastrear e impedir a transmissão da nova variante do SARS-CoV-2, a Ómicron, e vários governos impõem novas restrições, a longevidade da protecção conferida pelas vacinas tem estado sob escrutínio.

“Enquanto a investigação para fornecer mais evidências sobre a segurança a longo prazo, duração da imunidade e eficácia continua, o uso de esquemas heterólogos pode oferecer flexibilidade em termos de opções de vacinação, particularmente para reduzir o impacto no processo de vacinação caso uma das vacinas não esteja disponível” em determinado momento, explicam a EMA e o ECDC.

Também é dito que as considerações e as recomendações técnicas sobre cada combinação vacinal dadas pelos especialistas da EMA e do ECDC (e disponíveis aqui) visam ajudar Governos e autoridades nacionais a “garantir que o número máximo de cidadãos da UE seja vacinado e protegido o mais rápido possível”.

“A UE enfrenta actualmente um número crescente de infecções, bem como um aumento nas taxas de internamento. As vacinas continuam a impedir que muitos milhões de cidadãos da UE fiquem doentes ou morram e os números mostram que o número de hospitalizações e mortes continua a ser mais baixo nos Estados-Membros com as taxas de vacinação mais elevadas. A EMA e ECDC continuam a instar todos os cidadãos da UE a se vacinarem e a aderirem às recentes recomendações sobre a vacinação de reforço”, dizem os dois órgãos.

Sugerir correcção
Comentar