Paula Rego é uma das 25 mulheres mais influentes do mundo para o Financial Times
Pintora portuguesa partilha a lista anual com personalidades como a norte-americana Nancy Pelosi e a denunciante do Facebook, Frances Haugen.
Paula Rego foi considerada uma das 25 mulheres mais influentes do ano para o Financial Times. Na lista divulgada pela publicação britânica na quinta-feira, a artista surge ao lado de nomes como o da presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, Nancy Pelosi, e da denunciante Frances Haugen, que revelou segredos internos da rede social Facebook.
“Lutando contra um meio familiar profundamente convencional e religioso em Portugal e, mais tarde, a meio da carreira, no mundo da arte de Londres dominado por homens, Paula Rego afirmou-se como provavelmente a mais significante pintora figurativa dos nossos tempos”, escreve o Financial Times.
O “drama, violência e simbolismo” das obras de Paula Rego são destacados nesta lista, com a publicação a escolher dar ênfase à exposição no museu Tate Britain, em Londres. Promovida como a maior e mais abrangente retrospectiva da obra da artista nascida em Lisboa em 1935 e radicada em Londres desde a década de 1960, esta exposição esteve no museu londrino entre 7 de Julho e 24 de Outubro.
“Tento obter justiça para as mulheres… pelo menos nas imagens… vingança também”, afirmou a pintora ao jornal Financial Times.
Nascida em Lisboa, Paula Rego, que completou 86 anos em Janeiro deste ano, começou a desenhar ainda em criança, e partiu para a capital britânica, com apenas 17 anos, para estudar na Slade School of Fine Art. Em Londres, conheceu o marido, o artista inglês Victor Willing, falecido em 1988, cuja obra Paula Rego já mostrou por várias vezes no museu Casa das Histórias, que detém um importante acervo de obras da autora.
Nas últimas décadas, a pintora tem abordado temas políticos, como o abuso de poder, e sociais, como o aborto, entre outros do universo feminino. Em 2010, foi nomeada Dame Commander of The Order of the British Empire pela Coroa Britânica, pela sua contribuição para as artes. Em 2016, recebeu a Medalha de Honra da Cidade de Lisboa.