A direita francesa e a armadilha da radicalização
A entrada em cena do pirómano Éric Zemmour está a provocar um cisma no partido Os Republicanos. Ao empurrá-lo para a extrema-direita, contribui para o destruir. A recomposição do sistema partidário permanece enigmática
O partido Os Republicanos (LR), da direita tradicional francesa, anuncia este sábado o nome do seu candidato às eleições presidenciais de Abril. Há duas figuras em competição: Éric Ciotti, da extrema-direita do partido, e Valérie Pécresse, presidente da região da Ilha de França, tida como moderada. A escolha desta dupla na votação dos militantes, na quinta-feira, foi uma surpresa. Foram eliminados os dois grandes favoritos, Xavier Bertrand e Michel Barnier. Ambos anunciaram imediatamente o seu apoio a Pécresse. Ficaram separados por poucos votos: Ciotti, com 25,59%, Pécresse, 25%, Barnier 23,92%, e Bertrand, 22,36%. Ciotti, que assumiu na campanha posições idênticas às de Eric Zemmour, dificilmente vencerá, mas provocou já um terramoto no partido. É prudente esperar até ao meio-dia deste sábado.
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