Gripe das aves detectada em Portugal e medidas de controlo já foram activadas

Não existem provas de que a gripe aviária seja transmitida para os humanos através do consumo de alimentos, como carne de aves de capoeira ou ovos.

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Aves em cativeiro Ina Fassbender/Reuters

A Direcção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) anunciou que foi detectado um caso de gripe das aves em Palmela, estando já em vigor medidas de controlo, lembrando que não existe evidência de que esta gripe pode ser transmitida a humanos pelo consumo de alimentos.

“O Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária confirmou que um evento de mortalidade ocorrido numa capoeira doméstica no concelho de Palmela [distrito de Setúbal] ocorreu devido a infecção por um vírus da gripe aviária do subtipo H5N1 de alta patogenicidade”, anunciou em comunicado a DGAV, um serviço central da administração directa do Estado, com autonomia administrativa.

Segundo a mesma nota, o plano de contingência para a gripe das aves já foi activado. Entre as medidas previstas neste plano, está a inspecção do local onde foi detectada a doença - “uma exploração caseira destinada ao autoconsumo” -, bem como das explorações pecuárias na zona de protecção em redor do foco.

Até ao momento, não foram identificados, nesta área, estabelecimentos industriais de criação de aves.

A DGAV lembrou que não existem evidências de que a gripe aviária seja transmitida para os humanos através do consumo de alimentos, como carne de aves de capoeira ou ovos.

“Na origem da doença estará a regular migração de aves selvagens na Europa, provenientes da Ásia e do Leste da Rússia, que têm permitido a circulação viral e a sua transmissão a longas distâncias”, adiantou.

DGAV referiu também que, ocasionalmente, algumas estripes do vírus podem infectar outros animais, “nomeadamente mamíferos e também o ser humano, no entanto, para que tal aconteça, é necessário que haja um contacto muito estreito entre as aves infectadas e as pessoas ou entre aves e outros animais”.

Face à “situação epidemiológica actual”, a DGAV defendeu ser importante cumprir as regras de biossegurança, assim como as boas práticas de produção avícola, evitando contactos entre aves domésticas e selvagens. Devem ser cumpridos os procedimentos de higiene das instalações, equipamentos e materiais e mantida uma observação “diária e atenta” das aves de capoeira, incluindo os consumos de água, alimentos e os índices produtivos.

“Recorde-se que os operadores que detêm aves de capoeira ou aves em cativeiro são os primeiros responsáveis pelo estado sanitário dos animais por si detidos e, perante uma qualquer suspeita de doença, a mesma deverá ser imediatamente comunicada à DGAV. A detecção precoce de focos de infecção por vírus gripe aviária de alta patogenicidade (GAAP) é absolutamente essencial para a rápida e eficaz implementação no terreno das medidas de controlo da doença destinadas a evitar a sua disseminação”, concluiu.