“Você não tem escolha”: apanhar covid em Moscovo
O escritor brasileiro, estudante de doutoramento no Instituto de Literatura Maksim Gorki, narra na primeira pessoa a sua experiência com a doença.
O encarregado usava roupas brancas que lhe cobriam a cabeça, deixando à vista apenas os olhos. Além da máscara, um visor de acrílico era sobreposto à altura da testa. Luvas. Proteção de plástico para os sapatos. “Você fuma?”, me pergunta e sublinha as palavras com um gesto dos dedos em frente ao rosto. A paramentação talvez o impeça de ouvir o que ele próprio fala. Muito do que diz é ilustrado por mímica. Estamos na zona de registo do Centro de Observação Krylatskiye Kholmy, em Moscovo, uma das cinco unidades, na capital russa, para onde são recolhidas as pessoas que se contaminaram e moram em residências universitárias, albergues ou que, simplesmente, tiveram o infortúnio de adoecer enquanto estavam de passagem pela cidade.
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