Jon Fosse: “Este é o meu caminho para escapar de mim”

É um dos nomes que surgem sempre na curta lista dos muito prováveis vencedores do Nobel de Literatura. Dramaturgo, romancista e poeta, o norueguês Jon Fosse interrompeu a escrita teatral durante uma década para se dedicar apenas à prosa, queria manter viva “essa habilidade”. Escreveu Trilogia, um livro em que procura aproximar-se do indizível. Tocou o sublime.

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Marta Cavaco

É um dos dramaturgos europeus mais representados pelos palcos de todo o mundo. Há quase uma década e meia, o norueguês Jon Fosse (n. 1959) cansou-se da escrita teatral e voltou às histórias em prosa — antes de escrever para teatro publicara alguns romances, no início da sua carreira. Trilogia, recentemente traduzido em português, é o resultado desse regresso àquilo que o autor chama “prosa lenta” (em oposição à escrita dramatúrgica): uma escrita demorada, com constantes movimentos de avanço e de recuo, com repetições, trabalhada na tentativa de produzir uma espécie de silêncio em que emerge o que não se consegue dizer. Jon Fosse criou um universo literário singular.

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