Bielorrússia anuncia exercícios militares conjuntos com a Rússia perto da fronteira da Ucrânia
A tensão entre a Ucrânia e a Rússia também se faz sentir na Bielorrússia. Alexander Lukashenko afirmou a necessidade de “defender o país” e de “pegar em armas” se algo acontecer.
O ministro da Defesa da Bielorrússia, Viktor Jrenin, anunciou esta segunda-feira que o país quer realizar exercícios militares com a Rússia de forma a reforçar a sua fronteira com a Ucrânia.
“As tropas planeiam um conjunto de medidas a médio prazo para reforçar a defesa das fronteiras no Sul da Bielorrússia. Prevemos realizar umas manobras conjuntas com os nossos colegas, com o nosso principal aliado estratégico, a Rússia”, esclareceu o ministro.
Neste sentido, sublinhou que os dois países devem melhorar os seus sistemas de defesa antiaérea. Contudo, destacou que tanto Minsk, como Moscovo, descartam para já a realização de exercícios de grande escala em 2022, segundo indicou a agência bielorrussa Belta.
Também nesta segunda-feira o Presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, afirmou que o país não está a “brandir as suas próprias armas”, mas confirmou que “está pronto para atacar em legítima defesa” se for atacado.
“Temos de defender o nosso país. Não estou a dramatizar, porém deixo o alerta ao Exército: devemos ser capazes de dar uma resposta adequada a qualquer movimento”, indicou, antes de dizer que “Deus nos livre se estes actos forem levados a cabo”.
Lukashenko pediu ainda ao primeiro-ministro, Roman Golovchenko, para utilizar “qualquer oportunidade para apoiar o Exército o mais rápido possível”. Pediu, por isso, a máxima atenção para “responder a qualquer ameaça que seja feita contra o país”.
“Se algo acontecer, pegaremos em armas. O Ministério do Interior tem tantos homens bem treinados como o próprio Exército. Temos de melhorar as nossas capacidades, temos de aprender e estar preparados”, insistiu.
A Ucrânia aumentou o número de forças de segurança junto à fronteira com a Bielorrússia, para evitar ser arrastada para a crise na fronteira externa da UE – que o bloco acusa de ser um “ataque híbrido” criado pelo regime de Minsk –, onde milhares de migrantes estão concentrados para tentar chegar ao território europeu.
Mas as autoridades ucranianas também receiam que a fronteira da Bielorrússia, aliada próxima da Rússia, possa ser utilizada para uma incursão. Os receios de uma possível invasão aumentaram nas últimas semanas devido ao destacamento em grande escala de tropas russas ao longo da fronteira com a Ucrânia.
Numa tentativa de facilitar o diálogo entre Kiev e Moscovo, o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, ofereceu-se para servir de mediador entre a Ucrânia e a Rússia. “A Turquia está disposta a mediar, mantendo conversações com a Ucrânia e com [o Presidente da Rússia, Vladimir] Putin”, disse Erdogan durante uma conferência de imprensa.