Estado de emergência com 87% de vacinados? Nem pensar

Das duas, uma: ou acreditamos no António Costa de Julho, ou acreditamos no António Costa de Novembro. Um deles está a enganar-nos.

A altíssima taxa de vacinação que Portugal ostenta neste momento com merecido orgulho deve-se essencialmente a três factores. 1) À competência da task force do vice-almirante Gouveia e Melo. 2) À capacidade do Estado para reunir as doses de vacina necessárias. 3) Ao comportamento exemplar do povo português e ao número reduzido de grupos antivacinas. Este esforço – até por ser não apenas exemplar, mas também raro entre os países europeus – merece ser levado a sério. E a forma de o levar a sério é acreditar naquilo que o Governo, os especialistas e as autoridades de saúde nos andaram a vender durante meses a fio: que ao chegarmos aos 85% de vacinados no final do Verão, e à famigerada imunidade de grupo, teríamos finalmente a “libertação total da sociedade”. Donde, vacinar, vacinar, vacinar.

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