Decathlon suspende venda de caiaques no Norte de França para evitar travessia de migrantes no canal da Mancha
Empresa francesa justifica a suspensão com os riscos “consideráveis” a que os migrantes se sujeitam ao tentarem atravessar o canal da Mancha. Venda dos equipamentos foi suspensa nas lojas da região costeira de Côte d’Opale.
A empresa francesa Decathlon anunciou esta terça-feira a suspensão da venda de caiaques e outros tipos de embarcações nas suas lojas do Norte de França, para impedir que migrantes os utilizem em travessias do canal da Mancha.
Num comunicado divulgado no seu site francês, a maior retalhista de artigos desportivos do mundo explicou que a decisão foi tomada depois de trabalhadores das lojas terem alertado para a possibilidade de os barcos vendidos poderem ser utilizados por migrantes que procuram atravessar o Atlântico na região do canal da Mancha, entrando no Reino Unido.
A Decathlon justifica que os riscos tomados pelos migrantes “são consideráveis”, o que levou a empresa a tirar todos estes produtos da venda na região costeira de Côte d'Opale, que inclui as lojas de Calais, Grande-Synthe, Le Touquet Paris Plage e Boulogne sur Mer. “Só será possível comprá-los online com entrega ao domicílio”, acrescenta a empresa na nota publicada.
O número de migrantes que tentam fazer a travessia do canal da Mancha e procurar asilo no Reino Unido tem aumentado nas últimas semanas, à medida que o fim do ano se aproxima. Isto porque está previsto que entre em vigor, em 2022, uma lei do Governo britânico que dá poderes às autoridades fronteiriças britânicas para repelir barcos de migrantes, em casos “excepcionais”, de volta à costa francesa, mediante autorização da ministra do Interior, Priti Patel.
A Nationality and Borders Bill, lei que já foi aprovada na generalidade na Câmara dos Comuns para responder às travessias ilegais no canal da Mancha e no estreito de Dover, aperta os critérios de atribuição de asilo ou de visto para imigrantes que entrem no país de forma ilegal.