Hoje, dia 8 de Novembro, começou a segunda semana da Cimeira do Clima. Pelas 14h, Barack Obama começou a discursar. Mas o verdadeiro discurso aconteceu antes: quando activistas exigiram respostas quanto ao dinheiro prometido ao Sul Global para adaptação e mitigação face à crise climática — dinheiro esse que não chegou a ser visto.
Em simultâneo, aconteceu o segundo de quatro dias de aprendizagem, partilha, discussão e união. O segundo de quatro dias em que, enquanto “líderes” continuam a proferir discursos vazios, o movimento por justiça climática se reúne e fortalece. Trata-se da Cimeira das Pessoas: People’s Summit for Climate Justice, que acontecerá até 10 de Novembro.
Este domingo já houve sessões que abordaram tópicos desde feminismo indígena a aviação, passando por decrescimento, meditação, e outros. Hoje, o programa também não desiludiu: interseccionalidade, descolonização, redistribuição global, transição justa, cidades futuras, agro-ecologia urbana, eco-socialismo foram apenas alguns dos temas destacados nas várias sessões ao longo do dia.
Foi também lá que hoje foi apresentado o relatório Drill, baby, drill, do Acordo de Glasgow. Nele, é exposto que 76 países neste momento presentes na COP26 estão a planear cerca de, no mínimo, mais 816 explorações de gás e óleo entre hoje e o fim de 2022. E ainda tentam que acreditemos que têm planos reais de redução de emissões?
A Cimeira das Pessoas tem também participação online — e toda a informação está disponível aqui.
São espaços como este que nos enriquecem e fortalecem — não só ao movimento social, mas também a cada um de nós. E quando, ao olhar para o que se passa dentro da COP, a desmotivação se apodera, são também estes os espaços que nos relembram de que vale a pena continuar a lutar. De que não existe qualquer outra opção que faça sentido.
E foi também esse o efeito que a marcha de sábado, organizada pela COP26 Coalition, suscitou. Quando mais de 150 mil pessoas tomam as ruas e pela cidade se ouve “The people united will never be defeated” (“O povo unido jamais será vencido”), sabemos que uma coisa é certa: se o presente é luta, o futuro é nosso!