Wang Yaping torna-se primeira astronauta chinesa a realizar caminhada espacial

Os três astronautas são a segunda tripulação a residir na estação espacial permanente da China. A actual missão, que começou em 16 de Outubro, está programada para ser a mais longa de sempre no espaço para astronautas chineses.

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A astronautas Wang Yaping Xinhua via Getty Images
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Da esquerda para a direita, os astronautas chineses Wang Yaping, Zhang Xiaoguang and Nie Haisheng numa missão anterior que aconteceu em 2013 REUTERS/China Daily

Wang Yaping tornou-se a primeira mulher chinesa a caminhar no espaço, como parte de uma missão de seis meses na estação espacial da China, informou esta segunda-feira a administração espacial do país asiático. A astronauta chinesa e o astronauta Zhai Zhigang (o primeiro homem chinês a fazer uma caminhada no espaço, como comandante da missão Shenzhou, em 2008) passaram mais de seis horas no exterior do módulo principal da estação, a instalar equipamentos e a testar um braço robótico, de acordo com a agência espacial.

O terceiro membro da tripulação, Ye Guangfu, colaborou na missão a partir do interior da estação, detalhou a mesma fonte, no seu portal oficial. Wang, de 41 anos, e Zhai, 55 anos, já tinham viajado anteriormente para estações espaciais experimentais da China. Zhai já tinha realizado há 13 anos a primeira caminhada espacial da China.

Os três astronautas são a segunda tripulação a residir na estação espacial permanente da China. A actual missão, que começou em 16 de Outubro, está programada para ser a mais longa de sempre no espaço para astronautas chineses. O módulo principal da estação, o Tianhe-1, vai ser conectado, no próximo ano, a mais duas secções, designadas Mengtian e Wentian.

A estação, após concluída, vai pesar cerca de 66 toneladas, bem menos que a Estação Espacial Internacional, que lançou o seu primeiro módulo em 1998 e pesa cerca de 450 toneladas. Os astronautas chineses vão realizar três caminhadas espaciais, visando instalar o equipamento necessário para alargar a estação. A tripulação vai também avaliar as condições de vida no módulo Tianhe e conduzir experiências em medicina espacial e com outros objectivos científicos.

O programa espacial da China planeia enviar várias tripulações à estação nos próximos dois anos para torná-la totalmente funcional. A China não participa na Estação Espacial Internacional, em grande parte devido às objecções dos Estados Unidos, que apontam a natureza opaca do programa chinês e as ligações às Forças Armadas. Este programa, que inclui ainda a exploração do sistema solar com naves espaciais robóticas, tem sido uma grande fonte de orgulho nacional, ilustrando a ascensão do país da pobreza a segunda maior economia do mundo, nas últimas quatro décadas.

Em Maio, o país pousou uma sonda em Marte, que transportou um rover para realizar uma série de tarefas, procurando principalmente água congelada, que poderia fornecer sinais de vida antiga no planeta vermelho.

Antes, a China fez pousar uma sonda e um rover no lado oculto da Lua. A China também trouxe de volta as primeiras amostras lunares do programa espacial de qualquer país desde os anos 1970 e as autoridades dizem que querem enviar astronautas chineses à Lua e aí construir ali uma base para investigação.