PSP chamada à sede do PSD de Lisboa por desentendimentos entre militantes

Polémica sobre entrega de candidaturas terá gerado desentendimentos. A distrital de Lisboa do PSD, a segunda maior em número de militantes, vai a votos no sábado.

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Ângelo Pereira é o actual presidente da distrital de Lisboa do PSD, a segunda maior em número de militantes

Militantes do PSD desentenderam-se na madrugada desta quinta-feira junto à sede distrital de Lisboa, após verificar-se a existência de dúvidas sobre o número de listas concorrentes à comissão política distrital da Área Metropolitana, informou a PSP.

“[...] Quando me encontrava de serviço de Patrulhamento Auto na área adstrita à 24.ª Esquadra [Campo de Ourique], [...], desloquei-me ao local da ocorrência onde havia notícia de desentendimento entre militantes do Partido Social Democrático (PSD)”, lê-se num auto de notícia, ao qual a agência Lusa teve acesso.

De acordo com a PSP, foi feita uma participação, pelas 00h30 desta quinta-feira, em que o denunciante Pedro Fonseca disse ter-se dirigido à sede distrital do PSD, na terça-feira, para “entregar a lista de candidatura à comissão política do PSD”.

O prazo para a entrega de candidaturas terminava às 00h00 de quarta-feira.

Mas, hoje, depois das 00h00, Pedro Fonseca “dirigiu-se à sede a fim de aceder às restantes listas candidatas, ao que verificou que não existiam quaisquer listas além da sua”.

A funcionária responsável pelas instalações da sede do partido, adianta a PSP, confirmou “os factos relatados”.

Na terça-feira, Jorge Humberto Ramos Fernandes havia entregado, pelas 19h43, uma lista candidata à Comissão Política Distrital da Área Metropolitana de Lisboa e à Mesa da Assembleia Distrital, segundo a declaração de entrega de documentos do organismo.

“No estrito cumprimento do Regulamento Eleitoral do PSD, ontem dia 3 de Novembro de 2021, às 19h43, eu acompanhado por mais três companheiros e uma companheira entregámos na sede do PSD Distrital de Lisboa a candidatura Lista X, para concorrer às eleições para a Comissão Política e para a Assembleia da Distrital”, escreveu Jorge Humberto na sua página do Facebook.

O militante adiantou que “até à meia-noite [quarta-feira] não tinha dado entrada nenhuma outra candidatura às eleições do próximo sábado”, reforçando que “a Lista X [...] é a única lista que deve constar nos boletins de votos”.

“[...] Confirmei por telefone (registado) de que para as eleições marcadas para este sábado [...], para os órgãos da Distrital de Lisboa do PSD, não houve mais listas a serem apresentadas, pelo que a Lista X é a única lista candidata às eleições para a Distrital de Lisboa do PSD.

O actual presidente e recandidato Ângelo Pereira respondeu a Jorge Humberto na mesma rede social, dizendo que as afirmações que fez  não estão correctas: “Isso não é verdade amigo.”

A distrital de Lisboa do PSD, a segunda maior em número de militantes, vai a votos no sábado com dois candidatos: Ângelo Pereira e o ex-vice-presidente da concelhia da Amadora Jorge Humberto.

O presidente da mesa da Assembleia Distrital de Lisboa, o deputado e líder da concelhia da Amadora Carlos Silva, disse hoje à Lusa que foram entregues duas listas à distrital, a A, encabeçada por Ângelo Pereira, que já tinha anunciado no início de Outubro a sua recandidatura, e a X, de Jorge Humberto, que formalizou o processo na quarta-feira.

Caso não sejam encontradas irregularidades nas listas, haverá dois candidatos à eleição que decorre no sábado entre as 15h00 e as 22h00, no mesmo dia do Conselho Nacional do PSD, marcado para Aveiro às 15h30.

Ângelo Pereira foi eleito pela primeira vez presidente da distrital de Lisboa do PSD em Novembro de 2019 com 82% dos votos, derrotando a vereadora em regime de substituição da Câmara Municipal de Lisboa Sofia Vala Rocha, com 18%.

No último mandato autárquico, Ângelo Pereira, que tinha sido candidato pelo PSD à Câmara de Oeiras contra Isaltino Morais, exerceu as funções de vereador no executivo municipal. A nível nacional, nas últimas eleições directas para a liderança do PSD em 2020, Ângelo Pereira apoiou Miguel Pinto Luz, que ficou em terceiro lugar, e, na segunda volta, o antigo líder parlamentar Luís Montenegro, que seria derrotado pelo actual presidente, Rui Rio.

Jorge Humberto, que apoiou nas últimas directas o actual presidente Rui Rio, demitiu-se em Maio da vice-presidência da concelhia da Amadora, depois de o partido ter anunciado Suzana Garcia como candidata à presidência desta Câmara.