A quem interessa um bloco central?
Há muita gente que, não falando do Bloco Central, ou falando dele só para o rejeitar, está na verdade muito interessada em que essa hipótese se concretize
Há uns anos escrevi uma crónica em que usava a expressão “bloco central” e nas horas seguintes tive duas reações, uma previsível e outra inesperada. A previsível foi a de alguém que era demasiado jovem para ter conhecido o Governo do Bloco Central, entre 1983 e 1985, e que portanto não conhecia a origem e o significado exato da expressão. E com razão: alguém que tenha tido idade para prestar alguma atenção à política naqueles anos terá hoje com toda a probabilidade mais de cinquenta anos — e a maior parte do país tem menos de cinquenta anos. A reação inesperada foi de alguém que tinha bem mais de cinquenta anos e que me veio fazer a mesma pergunta: quando lhe expliquei de onde vinha a designação é que se respondeu “ah, sim, o Governo do Mário Soares e do Mota Pinto, já nem me lembrava”.
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