Perdidos e achados: um inventário da Colecção João Rendeiro tal como a PJ a encontrou em 2010
Através do registo fotográfico do auto de apreensão, a que o PÚBLICO teve acesso, foi possível identificar, com a ajuda de especialistas em arte contemporânea, muitas das 124 obras arrestadas ao ex-banqueiro. O que nos permite finalmente ter uma ideia da qualidade da colecção de arte que reuniu ao longo dos anos, e que inclui nomes referenciais da arte portuguesa e internacional.
Quando a 10 de Novembro de 2010 a Polícia Judiciária visitou a casa de João Rendeiro na Quinta Patino, em Cascais, seria ainda incerta a qualidade — e portanto igualmente incerto o valor monetário — da colecção de arte que as autoridades se preparavam para arrestar, no âmbito de um processo de investigação ao ex-banqueiro por crimes de fraude fiscal, abuso de confiança, branqueamento de capitais e apropriação indevida de mais de 31 milhões de euros do Banco Privado Português (BPP). A um olhar experimentado no mercado da arte contemporânea, bastaria porém um passeio pelo jardim da propriedade, onde se destacavam então um monumental alfinete-de-ama de Claes Oldenburg e Coosje van Bruggen e um dos emblemáticos pavilhões para jardins do norte-americano Dan Graham, para perceber a que patamar ascendera o acervo de 124 pinturas e esculturas reunido por Rendeiro, e de que a sua mulher, Maria de Jesus, é hoje fiel depositária.
O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.