Obra para valorizar Museu Regional de Beja começa no início de 2022

Estão previstas a requalificação de coberturas, instalações sanitárias, caixilharias e gabinetes de trabalho e a melhoria das acessibilidades internas para serem adaptadas a pessoas com mobilidade reduzida.

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Mural da sala do capítulo vai ser pintado Rita Rodrigues / Arquivo

A obra de valorização e conservação do edifício do Museu Regional de Beja, um antigo convento, deverá começar no início de 2022, num investimento de 1,5 milhões de euros, disse hoje à agência Lusa o presidente do município.

“É uma obra verdadeiramente estratégica e absolutamente essencial para renovar um edifício que há muitas décadas não é intervencionado e para melhorar as condições do museu”, afirmou o presidente da Câmara de Beja, Paulo Arsénio.

Trata-se de uma obra de requalificação, valorização e conservação do edifício do museu “há muito necessária” e que vai ser promovida pela Associação Portas do Território (APT), que reúne a Câmara, a Diocese e a Santa Casa da Misericórdia de Beja.

O auto de consignação da empreitada deverá ser assinado “até ao final deste ano” entre a APT e a empresa à qual já foi adjudicada, devendo a obra começar “no início de 2022, em Janeiro ou Fevereiro”, precisou o autarca.

A “expectativa” é que a obra “esteja pronta no verão de 2023”, se o prazo de execução previsto de 18 meses “for respeitado”, admitiu Paulo Arsénio, também presidente da assembleia geral da APT.

“Às vezes há derrapagens, não quero agoirar, mas, na possibilidade de haver alguma derrapagem temporal, a pior expectativa é que no final de 2023 o museu possa reabrir com novas condições, que muito vão dignificar o Baixo Alentejo, Beja e a cultura da cidade”, disse.

Segundo o autarca, a obra “não vai resolver todos os problemas de um edifício com a complexidade” do antigo Convento de Nossa Senhora da Conceição, “mas vai melhorar muito substancialmente as condições de trabalho e de visitação do museu”.

“Passará a ser um museu com muito melhores condições e muito mais apetecível para quem lá trabalha e, sobretudo, para quem o visita”, frisou.

A obra prevê requalificar coberturas, instalações sanitárias, caixilharias e gabinetes de trabalho, renovar infra-estruturas eléctricas, alterar o local de entrada de visitantes e melhorar acessibilidades internas para serem adaptadas a pessoas com mobilidade reduzida, precisou.

Também prevê intervenções de conservação e restauro da azulejaria do claustro e da pintura mural da sala do capítulo e de fixação dos altares e pintura da igreja do edifício.

A obra vai ser financiada em 75% por fundos comunitários, sendo os 25% da comparticipação nacional assegurados em 20% pela Câmara de Beja e em 5% pela Direcção Regional de Cultura do Alentejo (DRCA).

De acordo com Paulo Arsénio, a Câmara de Beja elaborou o projecto da obra em parceria com a DRCA e a candidatura a financiamento comunitário foi apresentada e a obra vai ser promovida pela APT, que “está vocacionada para este tipo de intervenções e já recuperou vários espaços religiosos da cidade de Beja”.

Instalado no Convento de Nossa Senhora da Conceição, propriedade do Estado, o Museu Regional de Beja - Rainha Dona Leonor tem um “vasto e valioso” acervo de obras, datadas desde a pré-história até à actualidade, destacando-se as colecções de arqueologia, pintura, azulejaria, cerâmica, ourivesaria, escultura, numismática, metrologia e ferragens.

Em Dezembro de 2019, o museu deixou de ser gerido pela Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo e passou a integrar a rede de museus do Ministério da Cultura, numa gestão partilhada entre a DRCA e a Câmara de Beja.